24 de Outubro, 2016

BOLT, uma marca pessoal que se elevou e destruiu à velocidade de um raio.

Massimo Forte

Se nos jogos olímpicos houvesse uma medalha de ouro para a modalidade de Branding Pessoal, seria para o Atleta da Jamaica, Usain Bolt. Para além da excelente participação de Bolt nos jogos com a conquista de 3 medalhas de ouro, a sua atitude, que ditou a sua imagem de marca pessoal, destacou-se, tornando-se inspirador para muitos, ora vejamos…

Ciente da sua imagem de marca. Na última medalha ganha, Bolt ficou até mais tarde no estádio olímpico e no final, já com muita pouca gente no estádio, pediu um dardo e festejou a sua última medalha com o lançamento deste. A simulação de um gesto de lançamento é precisamente uma das suas imagens de marca quando vence uma corrida, e perante o espanto de toda a plateia, o atleta lança o dardo a quase 60 metros…festejando assim e de forma real o seu gesto de vitória.

Sempre bem-disposto, mas principalmente coerente. Nas meias finais e finais, na foto final em que Bolton corta a meta em primeiro lugar, aparece quase como que por magia a olhar para o lado e ligeiramente para trás (para os adversários) com um grande sorriso, quase como um autêntico desenho animado! Nem por um momento se deixou desconcentrar…

Humor acima de tudo. Muitas vezes os jornalistas são sérios e fazem grandes introduções antes da entrevista. Durante uma entrevista e enquanto o jornalista fazia precisamente a sua introdução, Bolt colocou dois dedinhos inocentes por trás da cabeça do jornalista, quando o jornalista se apercebeu e se virou ele retirou os dedos e fez de conta que não era nada com ele, ambos acabaram rindo, e sabe-se lá quantas pessoas se riram no mundo…mais um vídeo que se tornou viral nas redes sociais.

Respeito pelos outros. Após ter ganho a sua 2ª medalha e ainda na pista, estava a ser entrevistado por uma jornalista espanhola e começou-se a ouvir o hino dos Estados Unidos, Bolt, de forma delicada, pediu à jornalista para parar e ouvir o hino até ao fim como se fosse o deles.

Gosto por dar. No final das provas, Bolt fez questão de permanecer no Brasil para ajudar o atleta paraolímpico dos 100 metros como guia, dispondo-se a correr ao seu lado.

Temos efetivamente aqui um atleta que é diferente e relevante, que criou e tem consciência da sua marca e que a gere alinhando os seus valores e convicções à sua imagem. A sua fórmula é fácil, conhecer-se, acreditar em si e ser ele mesmo!

Mas uma marca pessoal é uma marca muito difícil de obter e delicada de gerir, pois está extremamente exposta e vulnerável a qualquer tipo de escrutínio sobre as ações diárias da pessoa que a encarna, e tanto podemos estar em alta, como de repente, podemos perder toda a credibilidade se não controlarmos ao milímetro cada ação, se não cumprirmos o que defendemos, e neste caso, foi precisamente isso que aconteceu.

Nos festejos do último dia dos Jogos Olímpicos, Bolt foi filmado numa discoteca em posições altamente comprometedoras com várias raparigas. Bolt estava a festejar a sua última participação onde tinha ganho tudo o que havia para ganhar, mas quem se expõe, tem de ter a consciência que a partir desse momento a sua exposição será constante de forma voluntária e involuntária…O que resultou desta ação: no dia seguinte foram espalhadas nas redes socias fotos de Bolt com uma jovem estudante de 20 anos, nestas fotos ambos estavam como vieram ao mundo…

Uma marca que se catapultou, e que poderia ter dado tanto ao atleta, cai por terra a uma velocidade relâmpago, enterrando a sua credibilidade e toda a sua imagem de marca construída com tanto ainda para dar…

Caso para dizer…não havia necessidade Mr. Bolt…

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