01 de Junho, 2016

O QUE TENHO DE FAZER PARA LEVAR O MEU NEGÓCIO ATÉ 2026?

Massimo Forte

“O QUE TENHO DE FAZER PARA LEVAR O MEU NEGÓCIO ATÉ 2026?”

É sempre um grande desafio prever o futuro ou mesmo opinar sobre o que poderá ser feito para sustentar e fazer crescer o nosso negócio por mais 10 anos. Costumo dizer que não tenho uma bola de cristal, e quem diz que a tem, está nitidamente enganado… Apesar de tudo, aceitei este desafio, e após alguma reflexão baseada na minha experiência na Mediação Imobiliária, mas sobretudo, na minha experiência a ajudar outros empresários e a mim próprio ao longo destes 3 últimos anos, consegui definir 10 máximas que considero muito importantes para levar o nosso negócio até 2026 e sempre com uma visão de o alavancar por outros 26!

1)      Ter um BOM PROPÓSITO

Sabe qual é o seu propósito? Se nunca o teve e chegou até aqui, pode querer dizer 2 coisas: ou teve muita sorte, e tendo em conta que esta poderá mudar a qualquer altura, 2026 será uma meta demasiado longínqua para continuar a confiar numa navegação sem orientação, ou apesar de dizer que não tinha nenhum propósito, tem-no sem se aperceber, de forma intrínseca e há muito tempo, e ainda bem, pois o seu propósito, ou o seu “porquê?” e “para quê?”, serão fundamentais para (re)construir a sua empresa ou projeto. É a partir daqui que direciona a sua missão e esta, deve ser sempre orientada pelos seus valores e convicções. A partir do que define como sendo o seu propósito, ou seja, a razão para fazer tudo o que faz todos os dias, bastará seguir a sua linha e vai ver que 2026 começará a parecer mais perto.

2)      DEFINIR UMA ESTRATÉGIA de marca

Estratégia é longo prazo, tático é curto. Possivelmente já ouviu esta frase, mas já pensou na sua empresa como uma MARCA, e não apenas como uma empresa qualquer? Mesmo sendo um Agente Imobiliário, será sempre uma marca, neste caso será uma marca pessoal. Terá de ter uma identidade (um logo, uma assinatura, uma proposta de valor…) e terá de acreditar na sua identidade, ou no seu branding, como algo diferenciador e relevante para o seu mercado.

Fazer branding é contar uma história que nunca acaba, e que quando recomeça no dia seguinte, parece nunca ter fim. Descubra a sua história e conte-a ao seu mercado, não se esqueça, quando a sua história terminar, a sua marca também irá terminar com ela, o que decerto não o levará até 2026.

3)      ANTES DO COMO, o que fazer, e onde fazer?

A curto prazo, só depois de definir uma direção é que poderá começar a fazer. Por exemplo, antes de definir a sua estratégia de marketing, deve já ter definido o seu propósito inicial e nesta fase, será bom definir a sua especialização, só assim a sua estratégia estará alinhada. No que diz respeito à especialização, sempre se disse que o mercado imobiliário é um mercado global, feito de especialistas locais, assim sendo, a sua especialização não pode ser o mundo, nem o seu país, será importante escolher uma zona limitada às suas capacidades reais. Inicialmente como Agente Imobiliário em início de atividade, a sua zona não deverá ter mais do que 1000 fogos, se for uma Agência, poderá optar por ter o número de Agentes em função do número de fogos da sua zona, o que quer dizer que para uma cidade com 20.000 fogos, será necessária uma equipa com pelo menos 20 pessoas. O que vai depois fazer? Vai trabalhar mais compradores ou vendedores? Qual será o seu segmento (A/B/C/D)? Qual o tipo de produto?

4)      PARTILHA? Quem não o faz, arrisca-se a não chegar lá

Acredito plenamente que na Mediação Imobiliária a partilha é alma do negócio, e quem ainda não o faz de forma natural, terá grandes dificuldades em chegar a 2026. Já este ano vão aparecer os primeiros “verdadeiros” MLS (multiple listing services) ou sistemas de partilhas de angariações baseadas em contratos em exclusivo e tendo como único objetivo, servir cada melhor o cliente final (vendedor e comprador), tal como de resto as redes norte-americanas, e não só, já o fazem há muito tempo. Também estou cada vez mais convicto que a partilha irá passar também pela partilha de know how (conhecimento), e não apenas por partilha de negócio. Em 2026 o mercado português tenderá a ser composto por uma grande parte de empresas que partilham, e por uma percentagem de vendas feitas do próprio ao próprio cada vez menor, quem perceber isso tarde, terá serias dificuldades em marcar presença em 2026. 

5)      ALAVANCAGEM, a garantia de performance de topo do seu negócio

Muitas pessoas hoje dizem que têm um negócio, mas depois constata-se que não podem ir de férias, não têm tempo para si, ou simplesmente não se ausentam com receio ou mesmo com a certeza de que se o fizerem, o negócio não irá funcionar. Isto não é um bom conceito de negócio pois passamos a ter verdadeiramente um negócio, quando conseguirmos sair do mesmo, e o mesmo continua a trabalhar de forma independente e com um desempenho elevado, quem sabe, ainda mais elevado sem a nossa presença e com base na motivação da equipa que o acompanha. Julgo que este é o sonho de qualquer empresário de sucesso, mas para que isto seja possível, será antes necessário alavancar, ou seja, conseguir delegar tarefas menores a outras pessoas competentes, escolhidas e instruídas por mim, até chegar a um certo ponto em que tenho uma equipa que é capaz de fazer tudo sem mim. Claro que isto é um processo, se ainda não começou a alavancar apoiando-se na sua equipa, será importante começar já conseguir chegar a 2026 com um negócio que trabalha para si.

6)      A importância da FORMAÇÃO

Fala-se muito em formação, o que já não é mau, a questão é que a dita formação não servirá para nada se não conseguir provocar uma transformação, ou seja, receber formação não poderá ser encarado apenas como ouvir uma pessoa que transmite o que está escrito nos slides, sem explicar como se faz, e sem inspirar ou entusiasmar as pessoas à mudança. O processo de formação passou de transmissão de conhecimento, para um processo em que o formador tem a capacidade e poder de inspirar e transformar as pessoas no sentido de fazer com que elas comecem a fazer diferente, comecem a fazer o que lhes é transmitido, acreditando verdadeiramente que isto lhes trará resultados se for bem feito. Sem esta forma de encarar a formação, tanto do lado de quem contrata, como de quem ministra, dificilmente se conseguirá chegar a 2026.

7)      EXPERIMENTE ANTES, mas nunca com o cliente

O mercado já não aceita amadores, estamos numa fase de profissionalização especializada. Referi no ponto anterior, que a formação terá de ser altamente transformacional, mas não existe formação sem treino, ou melhor, não existe evolução, sem uma sequência lógica entre formação e treino, contudo, não treine com o cliente, treine com as suas equipas e depois experimente e pratique para ganhar experiência. As oportunidades vão ser cada vez menores, a concorrência cada vez mais e mais forte, por isso, não pode hesitar num momento chave, treine, treine e treine as suas equipas e comece já a construir um hábito altamente eficaz na geração de resultados.

8)      INTELIGÊNCIA EMOCIONAL acima de tudo

Tem um bom QI não lhe vai servir de muito, sem que o possa conjugar com um bom nível de inteligência emocional, pois este negócio, é de pessoas para pessoas. Terá de ter uma equipa heterogénea, terá de delegar, para se alavancar, e acima de tudo, terá de ter em conta que os seus os clientes são, serão e sempre foram, todos diferentes, por isso, habitue-se a medir o seu QE (quociente emocional) ou QS (quociente espiritual), muna-se de competências para lidar com pessoas, esteja atento a formações que o podem ajudar como a PNL (Programação Neurolinguística), o Coaching, entre outras, aprenda a comunicar melhor com os outros, e acima de tudo, consigo mesmo, sempre que puder, faça meditação para equilibrar as suas forças garantindo assim a sua capacidade de continuar, afinal, os desafios serão muitos até 2026. 

9)      Algumas dicas de GESTÃO FINANCEIRA

Apesar de ter de lidar contas todos os dias, não sou da área financeira, muitas vezes, tenho aprendido com os meus próprios erros. Se tiver algum excedente financeiro ótimo, habitue-se sempre a criar reservas, pois nesta atividade os altos e baixos são frequentes. Na minha opinião não deve cair na tentação de investir em produtos financeiros por três razões: primeiro, porque não é a sua área; segundo, os produtos com menos riscos têm um retorno demasiado precário para justificar ter dinheiro parado e terceiro, os que têm um risco demasiado elevado, são também uma quase certeza de probabilidade de perda. Aconselho antes um investimento seguro, um investimento em si, sim, invista em si, ou na sua empresa. Algumas vantagens: sabe para onde o dinheiro vai; poderá decidir onde investir, e por fim, é o responsável único do seu investimento. Se não tem excedente, gira bem os seus custos fixos, mantenham-nos sempre ao nível mais baixo possível, utilize o outsourcing, sempre que possível e respeitando sempre a qualidade necessária para o nível de serviço que pretende obter, procure fazer tudo com os recursos que tem e aumente os recursos em função dos seus resultados, palavra de ordem, consolidação.

10)  Não viva para o trabalho, trabalhe para viver

Para terminar, algo que muitas pessoas já lhe disseram: a vida é uma só. Disfrute sempre que possível o que constrói, viaje, divirta-se, passe muito tempo com a família, tenha momentos para si, socialize e evite zangas e discussões, pois o ser humano foi feito para viver, e não apenas para trabalhar.

Só me resta dizer, bom caminho até 2026!!!

Artigo publicado na revista Real Estate – CRS Potugal

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