A importância de “dormir sobre o assunto”.
É sempre difícil falar da mente “consciente” e “inconsciente”, o ideal será começar por partilhar o que considero para mim ser uma definição breve de cada.
O “consciente” é a parte de nós que se reflete de forma contínua no, e para o exterior.
É o nosso “politicamente correto” ou a projeção do que queremos que os outros vejam, e como tal, temos um consciente e imenso cuidado na forma como estamos, falamos e somos. No âmbito da relação com os outros, o domínio da reflexão é fundamental, pois o comportamento aceite ou correto faz-nos sobreviver por adaptação em sociedade e permite-nos comunicar com os outros, sem criar atritos.
Numa fase inicial, toda esta aprendizagem acontece ao nível do “consciente”, pelo menos até se tornar numa ação autónoma, é nesse momento que a aprendizagem passa do “consciente” para o “inconsciente”.
O “consciente” é limitado, lento e pouco flexível. Está provado que consegue no máximo pensar em sete tarefas, no máximo mais duas, ou mesmo menos duas tarefas que sete ao mesmo tempo e com poucas garantias de sucesso.
O grande trunfo que nos mantém vivos e alerta, é o facto do “inconsciente” funcionar como uma máquina incomparável a qualquer um dos melhores computadores aos dias de hoje.
Não se conhecem limites na mente “inconsciente” e é aqui que está armazenada a nossa essência desde a nossa nascença, designadamente, emoções, intuição, valores, convicções, medos, traumas, experiências, hábitos, sentidos de pertença, competências, recordações e tudo mais que se possa imaginar.
O “inconsciente” está sempre a trabalhar a uma velocidade vertiginosa e como disse, com uma capacidade de armazenamento incrível.
A nossa linguagem interna, ou comunicação interna, é feita com o “inconsciente” e muitas das nossas reações têm origem no “inconsciente” e os valores guardados neste espaço, são os verdadeiros motores motivacionais e direcionais, são estes que nos vão despertar e orientar para a ação e é por isso que o “inconsciente” tem a árdua tarefa de nos manter vivos recorrendo à aprendizagem e à criação de sistemas automáticos de subsistência.
É importante referir Sigmund Freud quando diz que, as grandes decisões da nossa vida deveriam ser sempre tomadas no “inconsciente”, e que apenas as tarefas triviais e mais simples deveriam ser feitas através do “consciente”, já dizia um antigo provérbio que “a almofada é boa conselheira”, pois na maior parte das vezes em que temos de decidir algo aparentemente complexo, e sendo o “consciente” limitador não nos conseguindo por vezes ajudar, fazemo-lo geralmente à noite para “dormir sobre o assunto”, quando o “inconsciente” continua a trabalhar, e pela manhã, ou até por vezes durante a noite muitos de nós, acordamos com a solução.
Artigo de Massimo Forte