Já visitou o SIL?
A razão mais importante e a que pode levar mais pessoas a decidir visitar este evento é a possibilidade de serem assessoradas por profissionais do setor que têm produto, conhecem o mercado e têm a capacidade de ouvir, entender, perceber e, por isso, ajudar a encontrar a melhor solução para cada pessoa, para cada necessidade, para cada situação financeira e para cada estilo de vida. Esta é a expetativa, mas a realidade para o consumidor final de hoje pode não ser bem assim.
Muitas pessoas fora do setor imobiliário não sabem o que significa a sigla SIL. SIL é o acrónimo de Salão Imobiliário de Portugal, fácil e bastante objetivo!
É por isso que a primeira coisa que vem à cabeça de qualquer pessoa é que, se precisar de comprar ou até vender um imóvel, o SIL será o local ideal para encontrar a oferta concentrada de produto e serviço imobiliário, e como é costume nas feiras, as melhores oportunidades de negócio e novos lançamentos que muitas vezes são criados especificamente para o evento e podem não estar disponíveis online.
Mas a razão mais importante e a que pode levar mais pessoas a decidir visitar este evento é a possibilidade de serem assessoradas por profissionais do setor que têm produto, conhecem o mercado e têm a capacidade de ouvir, entender, perceber e, por isso, ajudar a encontrar a melhor solução para cada pessoa, para cada necessidade, para cada situação financeira e para cada estilo de vida.
Esta é a expetativa, mas a realidade para o consumidor final de hoje pode não ser bem assim
Os primeiros salões imobiliários em Portugal que visitei e em que trabalhei como profissional foram feitos nos anos 90. O SIL era um evento único e altamente cobiçado por compradores interessados em realizar a sua compra naquele fim de semana porque sabiam que existiriam oportunidades e ofertas que estariam apenas disponíveis durante os 3 dias do evento. O investimento em tempo e até na compra do bilhete de entrada era altamente compensador para quem realmente pretendia realizar uma transação imobiliária e até grande parte da primeira década deste novo século continuou a ser assim.
No SIL estreei diversos empreendimentos, fiz várias vendas exclusivas, fiz milhares de propostas e inclusive, levava-se as chaves para se poder visitar os imóveis disponíveis caso fosse realmente necessário, os bancos tinham simuladores e profissionais disponíveis para pedidos de financiamento no local e existiam promotores que também disponibilizam praticamente o mesmo serviço. Costumava ainda haver leilões de oportunidades o que atraía um número grande de investidores à procura da oportunidade
Hoje, como profissional noutra vertente para o mercado do imobiliário, visitei o SIL no passado fim de semana de 12 a 15 maio. Para mim como profissional foi um êxito ao nível de networking, relação e proximidade com os players do meu mercado, afinal, a pandemia interrompeu a realização do evento e obrigou à realização de versões mais tímidas até este ano.
Como gosto de olhar através dos olhos do cliente, pus-me no lugar do cliente final durante a minha visita e devo dizer, até com algum saudosismo, percebi que estava muito longe do SIL que relatei anteriormente. Hoje o SIL é um salão para profissionais e não para o cliente final, impera o “ver e ser visto” entre expositores (80% representados pela mediação imobiliária) e sem grandes potenciais clientes à vista.
Agora imagine, imagine, uma feira cheia de produtores e de produtos, mas sem clientes, penso que algo não está bem alinhado com o propósito, a não ser que o propósito já não seja o mesmo e de facto quem está enganado sou eu.
Talvez o propósito não seja hoje o cliente final, mas sim os profissionais e marcas de mediação que encontram neste evento uma excelente oportunidade para desenvolver ações de recrutamento.
Artigo original de Massimo Forte para a bolsa de especialistas da VISÃO