06 de Setembro, 2017

LISBOA, A CAPITAL MAIS APETECIDA

Massimo Forte

Depois da tempestade surge a bonança. É assim que se costuma dizer neste país de marés e marinheiros do sul da Europa, que outrora liderou na época dos descobrimentos arrecadando fortunas. Esse tempo já lá vai e depois de ter passado por um período longo de crise financeira que obrigou à intervenção do FMI e Banco Central Europeu, Portugal vive hoje uma nova era de recuperação e readaptação e de descoberta de si mesmo.

Além do turismo, que nitidamente tem sido uma alavanca importante para a economia portuguesa, o mercado imobiliário tem servido também como um importante alicerce desta economia que se soube adaptar e que soube abrir as suas portas aos investidores estrangeiros de todo o mundo. Para além dos atributos conhecidos como a tradição, a cultura, a culinária, o clima, a estabilidade entre muitos mais, o que atraiu estes investidores foram as vantagens fiscais.

Os investidores com nacionalidade fora da União Europeia, estão abrangidos pelo programa do “Golden Visa” que permite, com investimentos imobiliários acima dos 500 mil euros, o usufruto de um visto que lhes dá acesso livre ao espaço schenghen, existindo apenas uma obrigatoriedade de permanência em Portugal de uma semana por ano. Os que têm nacionalidade de países da UE não necessitam de visto, para isso, o estado português assinou com alguns destes países acordos para residentes não habituais em que o foco reside em consideráveis vantagens fiscais.

As cidades portuguesas estão por isso a acolher diversos investidores que operam no mercado imobiliário e turístico, e também, pequenos investidores, ou investidores pontuais que procurem para além do investimento um sítio agradável para habitar e especialmente para viver! Lisboa, Porto e Algarve são os polos de atração mais fortes, pois é aqui que reside a maior parte da atividade económica e financeira do país, não podemos contudo esquecer de outras cidades que já começam a ter renome internacional como Évora, Aveiro, Coimbra, entre outras, decerto uma oportunidade para investidores mais ousados. Lisboa é a capital e por isso é a cidade mais cara, consegue no entanto ser competitiva entre outros destinos da EU, oferecendo um preço na ordem dos 2.500€ a 3.000€ /m2, o que no panorama europeu a torna a capital mais barata e com melhor nível de qualidade de vida/preço.

Falando dos possíveis investimentos, poderá optar por diversas vertentes. O comprar para arrendar é uma delas e aproveita a escassez existente no mercado de arrendamento com o aumento claro da procura por determinadas zonas, o que poderá ser uma oportunidade. Terá contudo de ter em atenção a legislação portuguesa, ainda bastante defensiva quanto aos direitos do inquilino, por isso diria que, o fator crítico de sucesso neste mercado do arrendamento será a escolha do inquilino, os agentes imobiliários locais poderão ser uma grande ajuda sempre que se quiser aventurar por essa forma de investimento, poderá ainda optar pelo arrendamento de curta duração que tem demonstrado uma elevada procura turística, transformando os imóveis que se adquirirem em alojamentos locais. Neste momento este investimento prolifera nas cidades mais turísticas do país (Lisboa/Porto) e é um investimento bem-vindo pois para além de ser rentável promove o turismo, uma área vital para a economia de Portugal.

Se quiser apenas especular, neste momento estamos numa fase de subida de preço devido ao período mais recente de excesso de oferta de imóveis (últimos 5 anos), e porque não se tem praticamente construído nada de novo em Portugal, o que quer dizer que com o aumento do ritmo de vendas dos últimos anos, tem-se assistido a uma inversão de tendência com o aparecimento quase súbito de escassez de produto por quase todo o país. A entrada do investimento estrageiro com aquisição de imóveis, levou a uma inevitável subida de preços não estacionária, por isso, ainda poderá comprar hoje e vender amanhã, mas atenção, deverá sempre fazê-lo numa ótica de curto prazo, e terá de ter em conta sempre o fator localização para o investimento, pois na minha opinião a escassez é seletiva, ou seja, não existem poucos imóveis, o que existe é poucos imóveis em locais apetecíveis.

Por fim, e numa ótima de promoção imobiliária, mais especificamente construção nova e reabilitação, claramente a escassez é evidente e em vários sítios do país, por isso quem tiver estrutura e capacidade para construir ou reabilitar imóveis existentes, também encontrará uma boa forma de investimento, sendo que novamente, e aqui mais do que nunca, o aconselhamento de agentes imobiliários locais será imprescindível.

Para concluir, posso referir que Portugal encontrou numa crise financeira a fórmula para se reinventar, promovendo um dos sectores mais importantes que sempre teve, o turismo, aliando-o ao investimento imobiliário, criando atratividade com promoção de vantagens fiscais, e muito mais além dos impostos, criando a possibilidade de aquisição de mobilidade de estrangeiros que não tenham nacionalidade europeia e queiram ou necessitem de se movimentar dentro do velho continente. É caso para dizer: Sejam bem-vindos!

 

Artigo publicado na revista Brick.

Partilhe a sua opinião