19 de Junho, 2014

Um refúgio à beira mar plantado.

Massimo Forte

Todos os dias leio notícias, research, análises de diversos mercados imobiliários europeus, todos eles em plena recuperação, uns até próximos de máximos e com receios de novas bolhas imobiliárias.

Inglaterra, Alemanha, Portugal, Irlanda, Estónia, até Espanha… o mercado atingiu o bottom-line, está em franca recuperação, as compras e investimentos sucedem-se, as transacções aumentam e alimentam a esperança que o pior já lá vai.

Tanto a OCDE, como mais recentemente o BCE, apontam Portugal como um mercado imobiliário subvalorizado e com potencial de subida.

Em Portugal, e segundo estimativas recentes da APEMIP, espera-se um crescimento de mais de 30% no número de transacções de casas em 2014, com britânicos, chineses e franceses a investir em força. Este investimento estrangeiro no sector residencial, poderá registar valores na ordem dos € 2 mil milhões. Apesar de tudo, o investimento em imobiliário comercial mantém níveis reduzidos, com apenas € 28 milhões colocados no mercado, totalmente por estrangeiros, segundo a JLL. A este valor, devemos somar a recente transacção da actual sede da EDP, no Marquês de Pombal, chegando perto dos € 100 milhões transaccionados no 1º semestre deste ano. Adicionalmente, temos a recente notícia da venda de distressed assets em Portugal por parte do Commerzbank, “permitindo” a entrada de novos players em Portugal

Em Espanha, os grandes investidores institucionais voltam ao mercado: Baupost, Goldman Sachs, Paulson, Soros… private equities, hedge funds, bancos internacionais apontam setas ao mercado imobiliário espanhol, crentes que a valorização será elevada e interessante.

Muitos perguntarão: mas onde estava todo este dinheiro? Nos últimos anos, em que não houve transacções, não houve investimentos, não houve dinheiro a entrar no País, onde andavam todos estes investidores?

Como há muito venho a dizer, o mercado é global e os investidores imobiliários também eles se tornaram globais. Investir no Brasil, na China ou em Portugal é possível e acessível à maior parte deles.

Na verdade, a transferência de capitais para a Europa, por parte de investidores institucionais, não se faz tanto pelos fundamentais deste Continente e pelas excelentes oportunidades de investimento. Antes, julgo haver um grande receio, da parte destes investidores, relativamente aos principais mercados emergentes. Muitos brasileiros, por exemplo, andam a comprar casas em Miami como forma de retirar capitais do seu País e colocá-los num local mais seguro. Além disso, as acções levadas a cabo tanto pela FED, como pelo BCE, permitiram uma acentuada queda das yields das dívidas soberanas, aumentando assim o spread face a outros investimentos, principalmente os de taxa fixa (como é o caso do commercial real estate).

O imobiliário tem muito disto: segurança. É visto como um activo de refúgio, com menor volatilidade e uma boa forma de proteger o capital. E Portugal é um País que junta a segurança do imobiliário à segurança das pessoas e dos capitais. Misture-se algum benefício fiscal e temos um prato feito à medida!

Bons negócios (imobiliários)!

Autor: Gonçalo Nascimento Rodrigues

Artigo publicado pelo Out-of-the-box

Partilhe a sua opinião


Massimo Forte
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.