02 de Agosto, 2017

5 COMPORTAMENTOS QUE ARRUINAM A SUA MARCA PESSOAL

Massimo Forte

Em Fevereiro, escrevi o artigo “5 QUALIDADES ESSENCIAIS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA MARCA PESSOAL DE SUCESSO”. Regresso novamente à temática do personal branding, mas desta vez, para falar sobre atitudes e ações que podem comprometer seriamente o sucesso da sua Marca Pessoal.

Conforme referi no artigo anterior, todas as pessoas, sem excepção, têm uma marca pessoal. Não é algo que se possa simplesmente escolher ter ou não ter, mas é algo que se pode construir ou destruir. A credibilidade da marca pessoal pode ser reforçada mediante ações que promovam o seu fortalecimento, mas também pode ser facilmente destruída caso existam ações que a prejudiquem.

Determinados comportamentos quando praticados de forma contínua e sistemática, vão causar danos que se podem revelar irreparáveis. Parar para analisar e identificar comportamentos que precisam de ser revistos e melhorados é sempre uma opção. Se o desenvolvimento da nossa marca pessoal for encarado como o nosso principal investimento, apenas temos de reservar algum tempo e energia para melhorar quem somos e como comunicamos.

Ao longo da minha atividade profissional trabalhei em vários contextos empresariais a nível nacional e internacional, e em todos, assisti a diversas situações de pessoas que, embora fossem competentes nas suas funções, e aparentassem possuir uma imagem positiva, devido a determinados comportamentos sistemáticos, acabaram por prejudicar a credibilidade da sua marca pessoal.

Com base na minha vivência e experiência selecionei cinco exemplos de comportamentos a evitar. Naturalmente, não irei mencionar nomes de pessoas nem empresas, o objetivo não é ferir susceptibilidades, mas sim revelar exemplos de casos reais e concretos. Penso que é importante percebermos que as nossas atitudes podem ter um impacto negativo nos outros e, por consequência, em nós. A parte maravilhosa de tudo isto é, que se quisermos, não existem erros, apenas lições, e penso que todos podemos retirar bons ensinamentos destes exemplos.

1. Aperto de mão inadequado

Perdi a conta das reuniões de trabalho que tive ao longo do meu percurso profissional. Encaro, e sempre encarei o aperto de mão, não só como uma forma de cumprimentar, mas também como um ato revelador da personalidade. É uma forma de comunicação, e muitas vezes, é o primeiro contacto direto e formal que se estabelece com alguém que acabamos de conhecer. Ter o cuidado de não apertar demasiado ou dar um aperto de mão frouxo é importante, assim como a postura que se assume ao fazê-lo.

Transmitir segurança, convicção e simpatia é algo a ter sempre em conta. Dar um aperto seguro e confiante, acompanhado de contacto visual e um sorriso, é a melhor forma de iniciar uma reunião de trabalho. Afinal de contas, no meio é que está a virtude.
2. Manipulação

Por norma, a maioria das pessoas valoriza um bom ambiente de trabalho. Passamos mais tempo no escritório, do que em casa com a nossa família ou amigos. Ter um bom ambiente significa a existência de relações profissionais saudáveis, em que cada pessoa tem consciência de qual é a sua função, tem noção de que faz parte de uma equipa, e que, em conjunto, todos trabalham para o alcance de um objetivo comum.

Infelizmente, nem todas as pessoas entendem a relevância deste aspeto e nem todas são team players. Existem pessoas que têm a sua própria agenda, e em vez de ajudar, prejudicam as equipas onde estão inseridas. Há alguns anos, conheci uma pessoa que queria desesperadamente ser promovida. O seu plano era simples e consistia em manipular os outros departamentos, contra a equipa onde estava inserida. A sua ideia era demonstrar que apesar de extremamente competente era uma vítima nas mãos dos colegas, e desta forma ganhar compaixão e apoio. A sua postura levou muitas pessoas a acreditar na história. Tinha um sorriso aberto, grande sentido de humor, e estava sempre disposta a fazer uma pausa para contar uma história e fazer alguém rir. O seu jogo de manipulação durou algum tempo, mas eventualmente, as pessoas perceberam qual era a sua estratégia e, quando percebeu que não seria promovida, acabou por se demitir.

Quando existem ações que promovem más intenções, eventualmente elas acabam por ser visíveis e por prejudicar quem as executa. Ter noção do nosso papel dentro de uma estrutura organizacional é fundamental. Também é igualmente importante ter ambição e definir estratégias de progressão na carreira, no entanto, a mesma deverá ser baseada em integridade, de outra forma poderá correr mal.
3. Repetição de histórias

Exercer um cargo de chefia pode ser um desafio extremamente solitário. Tomar decisões que mais ninguém pode tomar, gerir uma equipa, e ter noção de que existem histórias e momentos dos quais nunca se vai fazer parte, simplesmente porque se está noutro patamar hierárquico que implica algum distanciamento. Trabalhei com uma pessoa que estava nesse patamar e tinha alguma dificuldade em lidar com a situação. Embora se esforçasse era uma pessoa tímida e com poucas habilidades sociais e, para agravar a situação, gostava de impressionar colegas e clientes.

A sua estratégia era contar histórias que envolviam uma das suas grandes paixões: o colecionismo. As histórias eram contadas repetidamente a colegas e clientes, de tal forma que, algo que até poderia ser interessante, acabava por se tornar aborrecido, e fazia passar a imagem de alguém que era convencido. Esta pessoa apenas estava a tentar socializar e ser simpática.

Contar histórias em determinadas alturas pode ser interessante para quebrar o gelo, desanuviar o ambiente ou para criar ligações. No entanto, quando não existe sensibilidade para perceber que existe repetição a situação torna-se incómoda, porque pode ser complicado continuar a achar piada ou sorrir perante histórias repetidas vezes sem conta. Ter noção de quando estamos a ser maçadores é fundamental. Há que ter sensibilidade, perceber contextos e tentar ser original e empático.
4. Falhar compromissos

Respeitar a agenda e os compromissos assumidos com colegas ou clientes é uma regra de ouro que nunca deve ser esquecida. Quando se marca uma reunião, seja em modo presencial ou por vídeo-conferência, é importante ter noção de que alguém reservou tempo para nós.
É um sinal de desconsideração e falta de educação, não comparecer a uma reunião, e não avisar.
Infelizmente, já experienciei esta situação mais vezes do que gostaria, e irremediavelmente, criei uma imagem negativa acerca das pessoas em questão. Imprevistos acontecem, sem dúvida alguma. Afinal de contas, existem situações que estão foram do nosso controle. No entanto, há que saber lidar com de forma adequada, por forma a minimizar o impacto negativo.

O primeiro passo, deverá ser entrar em contacto a pessoa com quem existe o compromisso, e avisar que, de facto não será possível reunir, e agendar nova reunião. Não avisar, ou avisar em cima da hora marcada sem qualquer justificação plausível é inadmissível.

Ter uma agenda atualizada e confirmá-la diariamente é fundamental para evitar este tipo de situação. Quando se percebe que, devido a um imprevisto, não vai ser possível estar presente há que contactar de imediato a outra pessoa, apresentar uma justificação, pedir desculpa pelo incómodo e reagendar nova reunião de acordo com a disponibilidade da outra pessoa. É um sinal de respeito e educação.
5. Não enviar um e-mail ou não telefonar

Num processo de comunicação onde ambas as partes tentam alcançar algo é importante que não existam falhas nem ruídos. Quando alguém assume perante outra pessoa que vai enviar um e-mail com determinada informação ou ligar em determinado dia para comunicar algo, cria-se a expetativa de que esse compromisso será cumprido. Este comportamento é muito semelhante ao mencionado no ponto anterior. Quando se fica de comunicar uma informação, seja por que meio for, se por algum motivo não for possível dar esses dados, há que contactar, explicar a situação e o contexto. Mais uma vez, nem tudo está sob o nosso controle, por isso é importante saber atuar atempadamente e minimizar os efeitos.

Por exemplo, se fiquei de enviar uma proposta no dia 20 de julho e, sei à partida, que não vou conseguir cumprir o prazo, tenho de informar o cliente do motivo e comunicar qual será a data prevista do envio. Este comportamento transmite cortesia, profissionalismo e respeito para com a outra pessoa. Ter noção de que não nos podemos esquecer dos outros, e pormo-nos nos seu lugar é fundamental.

A nossa marca pessoal é o nosso cartão de visita. Não se esqueça, os nossos comportamentos comunicam sempre!

Carla Costa
Consultora de Comunicação e Relações Públicas
Missão: Criar estratégias de Comunicação únicas e com significado, que reflitam o ADN dos clientes.
www.carlacostaconsulting.com

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