95% do meu negócio é networking
Sou consultado com alguma frequência para falar sobre quais são os segredos do meu negócio.
Muitas vezes existe a ilusão de que existe um segredo por de trás do meu projeto, não, não existe um segredo, talvez exista a experiência, o networking que daí resulta, o saber identificar oportunidades, alguma sorte, mas acima de tudo a dedicação, formação, treino e muito, mesmo muito foco e trabalho que tenho porque encaro todos os dias, como o meu primeiro dia.
É de facto um cliché, mas é o que posso verdadeiramente afirmar como o que resulta para mim, para o meu negócio e para a minha marca pessoal.
Uma marca pessoal não se cria, ela nasce quando a pessoa nasce.
Depois existe uma vida para se ir descobrindo, transformando e principalmente para desenvolver as suas bases que não são mais do que os traços que a definem:
- os seus valores;
- e as suas crenças.
A marca vai-se formando através da experiência e da modelagem a pessoas que a vão influenciando (pais, família, professores, etc…). O ambiente é também um elemento influenciador, o que nos rodeia, onde nascemos, crescemos e onde vivemos experiências influi em como desenvolvemos a nossa personalidade e é também importantíssimo na determinação de hábitos e mais uma vez, de valores e crenças.
Assim sendo, será sempre importante revisitar este percurso para percebermos qualquer marca.
A nível profissional não me considero um formador puro, ou seja, profissional que tem como grande propósito dar formação e que por isso vai à procura de ferramentas para o desenvolvimento da sua atividade.
Vejamos, tudo começou no final dos anos 90.
Fui convidado para gerir equipas numa marca do setor imobiliário, e uma das necessidades que tive, porque também eu me formei antes de forma especializada, foi a de também os formar. Desde então, nunca mais parei de dar formação e de partilhar a minha experiência.
Enquadrando a importância que a formação tem para mim. No último ano do curso superior de Gestão de Empresas, decidi que fazia mais sentido para mim formar-me na minha área de especialidade e assim o fiz, voltei ao início e fiz o curso de Gestão Imobiliária na ESAI. Foram sem dúvida dois marcos importantes para aquisição de conhecimento, e posterior base de evolução como especialista na atividade de consultoria e formação em Mediação Imobiliária.
Durante a primeira década do 2000 passei por empresas da área imobiliária, algumas delas concorrentes diretas, mas nunca fechei nenhuma porta, mesmo quando as saídas não foram tão pacíficas como se deseja.
Durante este período, aperfeiçoei o meu conhecimento prático na área formativa e fiz o CAP (Certificação de Aptidão Profissional) porque queria mesmo saber como dar formação, permitiu-me ser cada vez melhor nesta área, principalmente porque consciencializei a forma e a linguagem que devia usar.
Já no final da primeira década de 2000, comecei a dar aulas na faculdade que me formou, e mais recentemente noutra, o que me foi abrindo portas para formar mais pessoas, e criar mais relações.
Em 2013 a minha marca pessoal é assumida e é apresentada em Portugal e ao mundo dizendo apenas o porquê da sua existência, o propósito e os que pretendia oferecer a quem a seguisse ou a quem se pretendia tornar seu cliente. Criei a minha comunidade.
Nesse momento já levava mais 20 anos de mercado e ligações no imobiliário, e fui sempre conquistando relações entre seguidores, clientes, parceiros e até concorrentes.
Mesmo nessa altura, a forma que melhor funcionava para começar a ter trabalho era falar com pessoas, nomeadamente, com a minha base de dados que vinha sendo criada ao longo de todos estes anos numa base de confiança e credibilidade.
Ligar para as pessoas tornando-me útil, importando-me com elas e criando rapport dizendo o que estava a fazer e poderia fazer por elas, foi o que sempre fiz.
Uma das regras que ainda hoje mantenho é a de não me vender diretamente, não coloco as pessoas numa situação de decisão de venda direta, porque acredito plenamente que a melhor venda, é a não venda.
A venda para mim, só deve acontecer quando estamos no momento certo para o fazer, ou seja, quando a pessoa está preparada para comprar, e isso pode demorar algum tempo e exige, por isso, seguimento.
Outro ponto crucial que constatei foi que tinha de saber como iniciar, e principalmente manter a relação com a comunidade da minha marca, para isso foi sempre necessário dar para depois receber, mas atenção, não confundir dar, com dar sem valor o que vendes, pois isso pode não funcionar. Dar informação, conselhos, dicas, artigos de opinião e ser consistente a dar através de vários meios.
Por exemplo, nunca dei os meus livros, porque para mim, são algo de muito valor e o nosso público tem de o saber valorizar, até porque o que é grátis, muitas vezes está associado inevitavelmente a menos valor, ou até mesmo, menos qualidade.
A minha marca não investe em promoção de conteúdo nas redes sociais, ou seja, todo o conteúdo que desenvolve é colocado nas redes e cresce de forma orgânica.
E porque o SEO do Google adora consistência e qualidade, a marca tem-se mantido com níveis altos de notoriedade, por isso, continuo a produzir e dar de forma regular conteúdo autêntico e contextualizado para a minha comunidade, e isso permite-me aumentar a minha base de dados todos os dias com quem me gosto de relacionar de forma próxima até fazerem parte do meu networking.
E é por isso, e pelo trabalho continuado que dá muito trabalho mas também muita satisfação, que 95% do meu negócio é networking.
Artigo original de Massimo Forte para bolsa de especialistas da VISÃO aqui