Comunicar para Inovar
Vivemos definitivamente momentos de grandes oportunidades e mudanças.
A nova revolução tecnológica já começou, mas está ainda (e apenas) no início não só no imobiliário, como em quase todas as atividades.
Esta mudança traz dores (como todas as mudanças no geral) e uma dessas dores é que vivemos na era do descartável, do fácil, do tudo é possível, da modelagem ao humano e da cópia.
Hoje tudo se copia: produtos; serviços; textos; frases; pessoas e tudo isto dá origem a falhas de comunicação muito alavancadas pelo poder alastrador da internet e em especial das redes sociais.
Há poucos dias fui convidado para assistir a um evento na PHC sobre inovação, os intervenientes foram excelentes, souberam abordar o tema de uma forma simples e altamente inspiracional e isso permitiu-me refletir sobre como a comunicação é tão importante para ajudar pessoas a entrar num processo de aplicabilidade de inovação em qualquer área, mesmo no imobiliário, sejam estas pessoas promotores, construtores, avaliadores e claro, também agentes imobiliários de quem estou mais próximo nesta minha missão de vida de partilhar tudo sobre imobiliário com pessoas do imobiliário.
Vejamos, a inovação sempre fez parte da diferenciação e evolução, é um facto. Mas o que está por detrás da génese da inovação? Uma coisa muito simples: resolver um problema que facilitará a vida de muitas pessoas e isto faz-se observando e comunicando com o mercado, com o seu target, com os seus clientes, com os utilizadores e potenciais utilizadores dos seus produtos ou serviços.
Dito assim até parece fácil, mas tornar a inovação num processo sistemático, é de facto complexo e obriga a comunicação e procura de soluções altamente fora da caixa que muitas vezes acabam por não ser exequíveis, ou pior ainda, não ser aceites pelo mercado.
Por isso, quem quer realmente inovar tem de saber observar, tem de querer mudar, comunicar, tem de saber experimentar e tem principalmente de saber lidar com o erro, porque é do erro que muitas vezes nasce a resposta à inovação. Entenda inovação como pequenas coisas que pode mudar na sua marca, no seu propósito, na sua oferta, no seu serviço, no seu produto que serão necessárias e relevantes para quem o segue, usa ou consome.
O maior inimigo da mudança (logo da inovação) é o nosso Status Quo é o lugar onde estamos confortavelmente sentados e que fazem com que muitos não vejam propósito em inovar fazendo ou vontade de agir demorando anos para aceitar fazer de forma diferente, que o diga o mercado imobiliário…
Sabendo isto, porque é que as pessoas teimam em não mudar?
- É fácil ficar onde estamos
- É difícil iniciar o desapego
- É assustador lidar com a incerteza e com o medo de fazer novas coisas ou fazer coisas de forma diferente
Não podemos empurrar as pessoas para a mudança, quando empurramos normalmente existe rejeição e deixo esta verdade que já muitos experienciaram como um alerta para as vendas, ou seja os departamentos comerciais, que muitas vezes empurram as ideias para o mercado e depois elas não vingam, não por culpa da sua utilidade, mas pela forma como as ideias são comunicadas ao mercado no terreno.
A comunicação e o marketing devem assumir o papel de levantar os obstáculos à inovação devem saber colocar-se na posição das pessoas e dar-lhes escolhas para evitar o sensor de anti persuasão que todos temos quando alguém nos tenta vender algo, ou melhor dizendo, impingir algo que não reconhecemos como uma necessidade ou solução para nós.
Não se limite a dizer que a sua nova solução é “a” solução, não liste as características, não diga às pessoas o que têm de fazer. Em vez disso, faça perguntas, deixe-as falar, deixe que tenham a sensação de poder de escolha, deixe-as chegar à conclusão sozinhos desafiando-os com questões inteligentes. Quanto mais lhe disser o que têm de fazer, mais as pessoas não o farão, vão desconfiar e ficar a fazer o mesmo ou até diferente do que lhes diz que devem fazer.
A possibilidade de testar permite que as pessoas se abram mais à inovação, para além de ser uma fonte incrível de informação, serve o propósito de aperfeiçoar a sua oferta de valor, por exemplo, na promoção imobiliária começam a aparecer pelo mundo fora inúmeros programas de test-drive de imóveis dando a possibilidade de experimentar a utilização do bem imóvel pelo potencial comprador durante um curto, mas intenso período de tempo para que este teste não só o imóvel em si, mas também o meio envolvente para perceber se o seu modo de vida se adapta ao imóvel. Na mediação imobiliária também se inova e assiste-se cada vez mais a Contratos de Mediação Imobiliária em regime de exclusividade com garantia de serviço, em que o proprietário poderá rescindir o contrato em qualquer momento, desde que o serviço contratado não esteja a ser realizado de acordo com as expectativas acordadas.
Ambas as inovações que dei como exemplo estão centradas nas pessoas e não em produtos ou serviços, ambos os exemplos encontraram uma forma simples de resolver uma objeção, facilitaram a vida às pessoas e muito importante, souberam comunicar com pessoas cumprindo o objetivo de retirar o medo e resistência à mudança.
Artigo original de Massimo Forte para o blog outofthebox aqui