Formação para Mediação Imobiliária? Modelo 10/20/70.

Mesmo ainda tendo um caminho longo a percorrer, a Mediação Imobiliária evoluiu muito durante os últimos anos, e como tal, também a formação.
Sempre dei formação às minhas equipas e sempre acreditei no poder transformador do conhecimento e do treino, especialmente em 2013, quando o mercado estava ainda afetado pela crise do subprime e pelo período da TROIKA.
Para um empreendedor não há o momento certo, há a capacidade de transformar desafios em oportunidades.
Em 2013, quando comecei o meu projeto próprio focado em formação a profissionais do imobiliário, muitos colocaram em causa o momento, e como devem calcular, não foi nada fácil desenvolver a minha atividade de formação durante este período tão difícil e complexo, mas a verdade é que é exatamente nos ciclos mais desafiantes que o valor, o trabalho (muito trabalho) e a preparação são necessários para fazer nascer projetos duradouros e que podem ser muito bem sucedidos se se entregar valor e mantiver consistência.
Para um empreendedor e para um formador, não há linhas retas.
Desde 2013 e durante alguns anos, era praticamente o único que tinha uma marca pessoal dedicada a dar formação a tempo inteiro, especificamente à área da mediação e a todas as marcas do mercado. A par da formação, workshops e palestras, fui sempre desenvolvendo serviços complementares que muitos dos meus clientes necessitavam como criação de conteúdos especializados, consultoria para negócios imobiliários, coaching para agentes e mentoria para agências, hoje, há mais players no mercado e ainda bem, pois assim, há maior diversidade, maior criação de valor para o setor e maior capacidade de comparação para o cliente que pode decidir de quem melhor se adapta a cada situação. E é precisamente nos desafios das curvas do dia a dia que um bom empreendedor se molda.
A formação só faz sentido se for transformadora.
Uma boa formação dada por um bom formador não é suficiente, é necessário ir mais além ir ao que chamo de “the day after” que é só tão, ou mais importante do que o dia da formação, pois é na capacidade de dar continuidade que o formador e o seu cliente podem afirmar que obtiveram retorno através de aumentos de atitudes transformadoras positivas e desempenho.
Posso afirmá-lo com toda a certeza pois ao longo da minha carreira e sempre que dei formação às minhas equipas, percebi desde cedo que passar conteúdo não bastava, ou seja, passar conhecimento teórico e mesmo prático, não era suficiente para cumprir a missão, pois só algumas pessoas conseguiam efetivamente implementar de forma autónoma e as restantes, sabiam o que tinham de fazer, mas não mudavam hábitos, nem exploravam novas competências.
Foi sempre por isso que desenvolvi no curso de gestão de equipas a fase de acompanhamento no terreno e que hoje ainda faço de forma muito forte porque considero que a minha missão não é apenas treinar estas equipas, mas sempre que possível, é também acompanhá-las no terreno para desenvolver consciência, confiança e competências para aplicar o conhecimento que lhes passo.
A formação exige SEMPRE preparação.
Preparo sempre a formação e preparo sempre o meu cliente para o tipo de formação que será necessária, a formação planeada permite mudança de hábitos quando se conseguiu verificar o ou os pontos de melhoria pretendidos e a formação de continuidade permite a manutenção dos níveis de competência ou a recuperação de técnicas, abordagens e bons hábitos esquecidos. É em mudanças de ciclo que a formação de continuidade se torna ainda mais relevante, não é por acaso que formações tipo “Back to Basics” acontecem em muitos mercados evoluídos como o mercado norte americano nestas alturas.
Um formador tem de estar em constante formação.
Recentemente estive presente, como habitualmente, no Congresso Anual da Associação Profissional de Formadores, além de assistir a notáveis intervenções da classe de formadores certificados e com muita experiência comprovada, confirmei a eficácia do modelo mais transformador de formação, trata-se do modelo 10/20/70.
Segundo diversos estudos comprovados na prática e mencionados na apresentação, a formação deveria seguir a seguinte proporção de transmissão de conhecimento para se tornar transformadora:
- 10% de Formação Teórica (de preferência presencial consoante o contexto e tema)
- 20% de Coaching e Mentoring
- 70% de Formação On Job
Quando aplicada esta fórmula, verifica-se que os resultados são realmente transformadores, ou seja, a formação expositiva tradicional aqui apresentada na proporção de 10% em plano anual de formação, é importante, mas não chega para mudar hábitos. O acompanhamento formativo através de um coach ou mentor é essencial e é um papel que pode perfeitamente ser feito pelo líder de equipa se este tiver este conhecimento e capacidade, mas crucial é mesmo a formação em cenário real de trabalho (On Job), é o que vai fazer a diferença para quem está a começar ou para quem necessita de quebrar preconceitos e desenvolver uma visão mais alargada.
Qualquer negócio precisa de formar e valorizar as suas pessoas de forma constante.
Estamos praticamente no final do ano e possivelmente muitas empresas estão a definir ou redefinir os seus planos de formação. Os planos de integração de candidatos que entram ou de pessoas que se lançam na mediação, e o re-skill, up-skill e acompanhamento constante destes ou dos membros da sua equipa, são pilares para quem quer entregar valor de forma consistente. Concorda, certo? Então deixo-lhe um desafio, fará sentido pensar no seu plano para 2024 com base neste modelo?
Artigo de Massimo Forte para blog IMOVIRTUAL
Comentários (2)
Massimo Forte
3 de Janeiro, 2024
Luciana Padula
9 de Dezembro, 2023