06 de Dezembro, 2023

Formação para Mediação Imobiliária? Modelo 10/20/70.

Massimo Forte

Mesmo ainda tendo um caminho longo a percorrer, a Mediação Imobiliária evoluiu muito durante os últimos anos, e como tal, também a formação.

Sempre dei formação às minhas equipas e sempre acreditei no poder transformador do conhecimento e do treino, especialmente em 2013, quando o mercado estava ainda afetado pela crise do subprime e pelo período da TROIKA.

Para um empreendedor não há o momento certo, há a capacidade de transformar desafios em oportunidades.

Em 2013, quando comecei o meu projeto próprio focado em formação a profissionais do imobiliário, muitos colocaram em causa o momento, e como devem calcular, não foi nada fácil desenvolver a minha atividade de formação durante este período tão difícil e complexo, mas a verdade é que é exatamente nos ciclos mais desafiantes que o valor, o trabalho (muito trabalho) e a preparação são necessários para fazer nascer projetos duradouros e que podem ser muito bem sucedidos se se entregar valor e mantiver consistência.

Para um empreendedor e para um formador, não há linhas retas.

Desde 2013 e durante alguns anos, era praticamente o único que tinha uma marca pessoal dedicada a dar formação a tempo inteiro, especificamente à área da mediação e a todas as marcas do mercado. A par da formação, workshops e palestras, fui sempre desenvolvendo serviços complementares que muitos dos meus clientes necessitavam como criação de conteúdos especializados, consultoria para negócios imobiliários, coaching para agentes e mentoria para agências, hoje, há mais players no mercado e ainda bem, pois assim, há maior diversidade, maior criação de valor para o setor e maior capacidade de comparação para o cliente que pode decidir de quem melhor se adapta a cada situação. E é precisamente nos desafios das curvas do dia a dia que um bom empreendedor se molda.

A formação só faz sentido se for transformadora.

Uma boa formação dada por um bom formador não é suficiente, é necessário ir mais além ir ao que chamo de “the day after” que é só tão, ou mais importante do que o dia da formação, pois é na capacidade de dar continuidade que o formador e o seu cliente podem afirmar que obtiveram retorno através de aumentos de atitudes transformadoras positivas e desempenho.

Posso afirmá-lo com toda a certeza pois ao longo da minha carreira e sempre que dei formação às minhas equipas, percebi desde cedo que passar conteúdo não bastava, ou seja, passar conhecimento teórico e mesmo prático, não era suficiente para cumprir a missão, pois só algumas pessoas conseguiam efetivamente implementar de forma autónoma e as restantes, sabiam o que tinham de fazer, mas não mudavam hábitos, nem exploravam novas competências.

Foi sempre por isso que desenvolvi no curso de gestão de equipas a fase de acompanhamento no terreno e que hoje ainda faço de forma muito forte porque considero que a minha missão não é apenas treinar estas equipas, mas sempre que possível, é também acompanhá-las no terreno para desenvolver consciência, confiança e competências para aplicar o conhecimento que lhes passo.

A formação exige SEMPRE preparação.

Preparo sempre a formação e preparo sempre o meu cliente para o tipo de formação que será necessária, a formação planeada permite mudança de hábitos quando se conseguiu verificar o ou os pontos de melhoria pretendidos e a formação de continuidade permite a manutenção dos níveis de competência ou a recuperação de técnicas, abordagens e bons hábitos esquecidos. É em mudanças de ciclo que a formação de continuidade se torna ainda mais relevante, não é por acaso que formações tipo “Back to Basics” acontecem em muitos mercados evoluídos como o mercado norte americano nestas alturas.

Um formador tem de estar em constante formação.

Recentemente estive presente, como habitualmente, no Congresso Anual da Associação Profissional de Formadores, além de assistir a notáveis intervenções da classe de formadores certificados e com muita experiência comprovada, confirmei a eficácia do modelo mais transformador de formação, trata-se do modelo 10/20/70.

Segundo diversos estudos comprovados na prática e mencionados na apresentação, a formação deveria seguir a seguinte proporção de transmissão de conhecimento para se tornar transformadora:

  • 10% de Formação Teórica (de preferência presencial consoante o contexto e tema)
  • 20% de Coaching e Mentoring
  • 70% de Formação On Job

Quando aplicada esta fórmula, verifica-se que os resultados são realmente transformadores, ou seja, a formação expositiva tradicional aqui apresentada na proporção de 10% em plano anual de formação, é importante, mas não chega para mudar hábitos. O acompanhamento formativo através de um coach ou mentor é essencial e é um papel que pode perfeitamente ser feito pelo líder de equipa se este tiver este conhecimento e capacidade, mas crucial é mesmo a formação em cenário real de trabalho (On Job), é o que vai fazer a diferença para quem está a começar ou para quem necessita de quebrar preconceitos e desenvolver uma visão mais alargada.

Qualquer negócio precisa de formar e valorizar as suas pessoas de forma constante.

Estamos praticamente no final do ano e possivelmente muitas empresas estão a definir ou redefinir os seus planos de formação. Os planos de integração de candidatos que entram ou de pessoas que se lançam na mediação, e o re-skill, up-skill e acompanhamento constante destes ou dos membros da sua equipa, são pilares para quem quer entregar valor de forma consistente. Concorda, certo? Então deixo-lhe um desafio, fará sentido pensar no seu plano para 2024 com base neste modelo?

Artigo de Massimo Forte para blog IMOVIRTUAL

Comentários (2)

Massimo Forte

03 de Janeiro, 2024

Muito obrigado Luciana!!!

Luciana Padula

09 de Dezembro, 2023

Aprendo muito com os conteúdos do Mássimo! Sensacional! Muito obrigada, por se dedicar a se aperfeiçoar e compartilhar conosco seu conhecimento. Um grande abraço, Luciana Padula

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