Marketing imobiliário: a arma “secreta” para fazer crescer os negócios
O marketing para promoção na área do imobiliário é muitas vezes confundido com o marketing para promoção na área da Mediação Imobiliária, se tiver em conta esta diferença, para mim a grande vantagem ou melhor, o grande desafio do marketing no imobiliário é o de conseguir perceber a dinâmica dos vários mercados, a oferta, a procura e sobretudo as tendências e hábitos dos consumidores. Como estamos a falar de um mercado imperfeito e cheio de especificidades, este desafio é ainda muito maior, pois a falta de informação credível e a falta de transparência no que diz respeito a transações, faz com que qualquer marketeer neste mercado tenha que arriscar e muito. Outra dificuldade é que ao contrário de muitos outros mercados, o mercado imobiliário é lento e as mudanças demoram geralmente tempo, por vezes nem nos apercebemos que já aconteceram.
Através de que ferramentas deve ser implementado? Quais é que existem?
Existem inúmeras ferramentas que funcionam em vários canais. Hoje em dia o canal online, mais precisamente, o digital é uma tendência clara. Contudo, é importante referir que devido a características como a fixidez e a unicidade do produto imobiliário, as ações e ferramentas do canal offline continuam a ser uma boa estratégia. As ferramentas mais potentes são aquelas que se adaptam ao target, à forma como quer ser tocado juntando o online com o offline.
Quais primeiros passos a dar para quem desejar incorporá-lo nas suas práticas?
Não vale a pena estar numa rede social se não se está na rua que é onde está o verdadeiro mercado. Não vale a pena utilizar uma ferramenta de Meta Search para obter dados, se não se conhece as especificidades do mercado que se pretende pesquisar. Não vale a pena ter a maior e a melhor ferramenta de CRM do mundo, se não tiver contactos para a alimentar.
Como perceciona o marketing imobiliário em Portugal?
Com uma nítida evolução face ao anos 90, período onde eu comecei a trabalhar na atividade de Mediação Imobiliária que na altura tinha uma relação estreita com a promoção. As empresas Norte-Americanas que entraram posteriormente em Portugal, foram as grandes pioneiras pelo desenvolvimento das melhores e das mais atuais ferramentas de marketing, hoje ainda o são.
O setor está consciente das suas mais valias?
Diria que sim, já se vê várias empresas investir no desenvolvimento de estratégias de comunicação adaptadas para se destacarem.
Os agentes estão predispostos a esse investimento? Ou ainda olham para o mesmo como um “desperdício”?
Os Agentes Imobiliários que levam a sério a sua atividade não são na generalidade marketeers, consideram uma boa estratégia de marketing com ações e peças adaptadas um fator de diferenciação fundamental para a divulgação e contratação dos seus serviços e produtos. Grande parte das empresas com quem trabalho já têm um departamento de marketing, outras recorrem a ajuda externa especializada.
O que procuram as pessoas quando o contactam?
Formação técnica numa primeira fase e depois e cada vez mais, consultoria.
Se pudesse identificar pontos negativos quais seriam? (o que é que o setor ainda está a fazer mal)
Na minha opinião ainda há um grande défice negativo no serviço prestado e na profissionalização acreditação da atividade. Portugal cresceu muito nos últimos 6, 7 anos, mas não me parece que tenha resultado num investimento em e para as pessoas poderem saber como melhorar o serviço que oferecem, é uma pena.
Em que medida é que as redes sociais são importantes?
As redes sociais são fundamentais para qualquer negócio, embora o mais importante seja saber usá-las. Infelizmente a maioria das pessoas utiliza-as de uma forma incorreta. As melhores estratégias para presença nas redes sociais são as de desenvolvimento de marketing de conteúdo e não de venda direta.
O marketing de conteúdo é fundamental. Que conselhos tem para os agentes de mercado nesta matéria?
O meu maior conselho será o de dar! Dar informação relevante para o seu público não esquecendo que hoje o público alvo não são apenas os clientes, mas sim: clientes; interessados; influenciadores; fãs e decisores, por isso e mais uma vez, fazer marketing de conteúdo é tudo menos vender alguma coisa. Marketing de conteúdo é informar, aconselhar, influenciar de forma positiva e com benefício para as pessoas que recebem ou estão expostas à informação prestada. A melhor venda é a não venda, esta para mim é uma das melhores frases que define o marketing de conteúdo.
Quais as principais tendências para este ano?
Não consigo responder, diria que existem várias ao nível do online, talvez o desenvolvimento de grupos de WhatsApp e as Meta Search, além da inteligência artificial aplicada ao cliente comprador para a sua pré-qualificação. Ao nível do offline as experiências, as pessoas não procuram apenas um serviço ou um imóvel, procuram cada vez mais uma experiência excecional aliada a isso.
Artigo do Idealista.