26 de Setembro, 2018

MLS, UM AGREGADOR DE NEGÓCIOS?

Massimo Forte

Vivemos um período de autêntica euforia no mercado imobiliário português e consequentemente na atividade de mediação imobiliária. Há cada vez mais interessados a querer entrar nesta atividade pelo justificado potencial de ganho, e há também uma clara evolução dos profissionais que já estavam neste mercado e souberam adaptar-se, evoluir e por isso crescer.

Este período de mercado em alta caracteriza-se por vendas mais rápidas, ou seja, tempo de absorção curto mesmo a valores extremamente elevados, o que é explicado pela escassez de produto (imóveis) e interesse crescente de investidores que veem neste mercado uma oportunidade de melhorar a sua rentabilidade de investimento. É sem dúvida um período áureo e provavelmente irrepetível nos próximos tempos que obrigou à mudança de paradigmas da atividade, nomeadamente, à democratização do conceito de partilha, ou seja, ao trabalho em parceria entre pelo menos 2 profissionais de empresas de mediação imobiliária diferentes que têm como objetivo a realização de operações mais eficazes e rápidas em que cada parte representa o seu cliente (comprador e vendedor) aproximando interesses e objetivos, repartindo posteriormente os seus honorários normalmente de forma equitativa.

No mercado da mediação imobiliária a informação surge de forma rápida e universal, o impacto da revolução tecnológica com a entrada de novos players denominados de proptech que recorrem às novas tecnologias como a base do seu negócio muito assente na inteligência artificial, promovem um avanço cada vez mais nítido de novos canais e de novas formas de efetuar transações neste mercado, um desafio que está a ser uma autêntica revolução que a meu ver só pode caminhar no sentido da evolução, pois tudo o que está a acontecer, tem como propósito o bem estar do cliente face ao nível e qualidade de serviço prestado muito para além do que são as suas expectativas.

A exclusividade como base desta nova forma de trabalhar é cada vez mais natural e cada vez menos posta em causa, diria mais, é aceite como a única forma de trabalhar quando se pretende um nível de serviço ajustado às novas necessidades dos clientes. Muitas vezes o que é questionado é a forma como a exclusividade é proposta e cada vez mais o cliente, entenda-se, o cliente vendedor proprietário do imóvel, procura o melhor profissional sem muitas vezes olhar à marca, mas antes ao agente imobiliário que o vai representar.

É com base nestes clientes e neste novo mercado que em Portugal estamos a começar a ver nascer o primeiro MLS (Multiple Listing Services). Trata-se de um serviço de partilha de informação entre profissionais já existente noutros países onde a atividade é já mais evoluída. Os sistemas de MLS nasceram nos Estados Unidos no final dos anos 50, através da tecnologia disponível proliferaram durante os anos 70 e tornaram-se ferramentas fundamentais para qualquer profissional da área que pretende servir melhor o seu cliente vendedor e por consequência lógica, o seu comprador.

São inúmeros os países que já disponibilizam sistemas de MLS como um benefício claro para os profissionais que pretendem trabalhar em qualidade, ou seja, em regime de exclusividade partilhando angariações numa base confidencial, estando esta informação apenas disponível entre profissionais que desta forma podem gerir informação sensível para satisfazer os interessas de procura dos seus clientes em carteira. Esta partilha baseia-se numa relação de profissionalismo e compromisso e tem como objetivo, num curto espaço de tempo, potenciar as hipóteses de venda do cliente vendedor que desta forma não necessita de contratar várias empresas e vários agentes para conseguir a máxima exposição possível do seu imóvel. O MLS garante esta exposição entre profissionais que possuem uma grande base de dados de clientes interessados e assenta em regras bem definidas que desta forma garantem a segurança da informação e transação, o que invariavelmente se reverte num ponto de qualidade do serviço que é prestado. O MLS garante a sua ubiquidade tecnológica permitindo aos agentes o acesso em qualquer sítio (entenda-se PC, smartphone ou tablet), a qualquer hora e em qualquer lugar. Hoje, através de uma App e à distância de um braço, o Agente pode contar com uma ferramenta de trabalho inserida numa rede poderosa, o SAM – Serviço de Angariação Múltipla.

 

Artigo publicado na revista EXAME.

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