Nuno Durão, Fine & Country Portugal
Nuno Durão é Managing Partner da Fine & Country Portugal, uma agência com foco no mercado residencial de luxo que acaba de receber o prêmio de ‘Best Real Estate Agency Europe’. Nesta entrevista Nuno dá-nos a sua perspectiva acerca do mercado imobiliário e como conseguir sucesso no mesmo.
A Fine & Country Portugal serve principalmente uma audiência internacional assim como ajuda a promover as iniciativas governamentais para o investimento estrangeiro no setor imobiliário. Como é que o mercado de imóveis de luxo tem evoluído ao longo dos anos?
Portugal nunca foi um local de procura imobiliária por parte do mercado internacional. Por outro lado, o mercado imobiliário é sempre influenciado pelos rendimentos (yields) que oferece. Uma alteração profunda como a que assistimos nunca tem só um factor específico, mas um somatório de factores que somados têm efeito. Em 2012, o governo português, em plena crise financeira criou duas leis para atracção de investimento – o Golden Visa e o Regime Fiscal para Não-Residentes. Estes dois factores somados à instabilidade de países árabes, à insegurança em alguns países europeus, aos elevados impostos praticados, por exemplo em França, e à descida de preços dos voos, nomeadamente pela expansão das low-cost, tornaram Portugal no país europeu mais apetecível. Suficientemente longe mas suficientemente perto e central, tranquilo e pacífico, excelentes capacidades linguísticas, simpatia, clima e gastronomia, colocaram Portugal numa posição privilegiada. Somando a tudo isto, a introdução do arrendamento turístico através de novas plataformas, tais como o Airbnb, fez com que os rendimentos de apartamentos subissem em flecha através do mercado turístico. Mais procura, pouca oferta e rendimentos melhores, fizeram subir o mercado em “prime location” de 3.000€/m2 para 10.000€/m2, reabilitando os centros das cidades e tornando Lisboa e Porto num atrativo turístico ainda maior.
O que podemos esperar do mercado de imóveis de luxo para 2019?
Portugal e nomeadamente Lisboa e Porto, continuam a ser a únicas capitais europeias com praia, que preservam o charme antigo mas modernizadas e tranquilas, e por isso o turismo tenderá a aumentar, até por via do novo aeroporto. A escolha por parte de nomes internacionais bem conhecidos como Madonna, Eric Cantona, Phillip Stark ou Michael Fassbender continuarão a influenciar os mercados internacionais, redes sociais, entre outros. Sendo Portugal um território pequeno e concentrado, tudo leva a crer que a procura tende a aumentar e a oferta continuará escassa. Por isso, é de esperar que o mercado se mantenha com elevado crescimento, até porque Lisboa e Porto são ainda das cidades mais baratas na Europa.
A Fine & Country Portugal já foi premiada ‘Best Real Estate Agency Europe’ nos 2018-19 International Property Awards e ‘Best Overseas Operator’ no Jantar de Gala da Fine & Country em janeiro. Como Managing Partner, a que atribui estes sucessos?
Uma empresa portuguesa ser alvo de atenção e prémios internacionais obriga a um enorme esforço e profissionalismo em tudo o que faz. Sendo especializados em clientes de várias origens, línguas e culturas diferentes, obriga a um enorme dinamismo e muita atenção ao potencial comprador. Tem sido essa a enorme dedicação da Fine & Country em Portugal. Um portfólio único, especializado em localizações privilegiadas, mas principalmente, o número de clientes estrangeiros que traz a Portugal, tornando a Fine & Country na empresa que mais vendas internacionais faz em Portugal. A selecção do portfólio e a capacidade de chegar a todo o mundo, perceber e atender todas as diferentes culturas e motivos de compra, tem sido a principal razão de sucesso da Fine & Country.
Qual o perfil geral da vossa clientela internacional? Existe um cliente ‘típico’?
O perfil dos nossos clientes é muitíssimo variado desde a procura às razões ou motivos, e isso é decisivo na selecção do portfólio de imóveis. Podem querer um visto de residência por questões fiscais, decisão de residência, filhos que vêm estudar, puro investimento, segunda habitação entre outros motivos. Todos estes motivos pressupõem imóveis diferentes e localizações diferentes. Mas podemos dizer que um cliente internacional tem uma característica comum. Deverá escolher uma propriedade que seja “líquida”. Quer isto dizer que caso a queira revender, por qualquer motivação, seja vendida rapidamente, mesmo que o preço não convenha. Ora isto só acontece em localizações privilegiadas.
Para que a Fine & Country Portugal usa a CASAFARI? Como transformou a forma como a sua equipa opera no dia-a-dia?
A CASAFARI é uma ferramenta de informação imprescindível. Nos dias que correm, saber o que há de novo, o que se vendeu e o que alterou de preço é informação decisiva e essa informação dá enorme credibilidade e confiança ao comprador. Ora antes da CASAFARI, era um trabalho de pesquisa quase impossível e muito menos credível.
Que conselho daria a um agente que quisesse estabelecer-se no mercado de imóveis de luxo?
A imobiliária tem duas vertentes – a procura de imóveis e a procura de clientes para esses imóveis. Um bom portfólio é algo que demora muito tempo e dá imenso trabalho. A procura do potencial comprador no mercado de luxo é mais sensível ao network de cada um e por isso mais simples e menos dispendioso. O melhor conselho que posso dar é que se concentrem no cliente comprador, procurem e encontrem em todos os “cantos do mundo” e confiem na Fine & Country para portfólio e profissionalismo na venda. Será muito mais rentável encontrar um cliente e partilhar com a Fine & Country do que criar e organizar a estrutura de venda e o portfólio. Isso já a Fine & Country fez e faz bem. Existem muitos países, por exemplo os Estados Unidos, onde o negócio é quase sempre partilhado – um tem clientes, outro tem imóveis. Somos uma porta aberta em Cascais, Estoril, Chiado, Lapa, Marquês, Porto ou Comporta.
Publicado no blog Casafari.