PLANO DE ATAQUE PARA AGENTES IMOBILIÁRIOS FORTES LEVADO AO MÁXIMO
Professor e especialista imobiliário, Massimo Forte, dá dicas e conselhos aos mediadores para ajudar a superar a crise gerada pelo Covid-19.
Levar os agentes imobiliários ao máximo, para que se tornem fortes, tirando partido do seu ‘know-how’ e capacidades. E trocadilhos à parte, é esta a máxima do professor e especialista em imobiliário, Massimo Forte que, esta quarta-feira, perante uma plateia virtual de quase 2.000 participantes, deu conselhos e dicas de como trabalhar o setor imobiliário, no contexto atual provocado pela pandemia do novo coronavírus. Sairá vencedor quem “não atirar a toalha ao chão” e conseguir montar um plano de ataque forte, mas ponderado. O “guru” insistiu no mote, avisando todos os mediadores “Não parem, é um erro parar”.
O webinar sobre “Como trabalhar num mercado parado”, inserido nas UCI Talks – a UCI é especialista na concessão de crédito à habitação através de profissionais do setor imobiliário -, e que teve Massimo Forte como orador deixou de lado a nuvem cinzenta que paira sobre as populações e economias, procurando-se antes incentivar e motivar, neste caso, quem trabalha no setor como agente imobiliário, a agir proativamente perante as circustâncias atuais.
Com base na experiência que absorve de Itália e Espanha, países com que trabalha de muito perto, Massimo Forte procurou identificar as quatro fases pelas quais acredita que os agentes irão passar ao longo destas semanas (ou meses), identificando o que devem fazer em cada uma delas para se dar a volta por cima.
4 fases, 4 conselhos para os agentes
- 1ª fase: “Fecha tudo dentro da segurança possível”
O especialista refere que, e enquanto for possível sair com as devidas precauções, cumprindo as regras de segurança para visitar os imóveis, deve fechar-se tudo quanto possível – já tinha explicado isto idealista/news. E isto porque tudo mudará muito rapidamente. Refere que há pessoas a conseguir fechar contratos e escrituras, deixando a nota de que o mercado não está parado – ainda -, mas a avançar a um ritmo mais lento.
- 2ª fase: “Tirem a palavra venda ou transação e coloquem a palavra relação”
Nesta fase, explica o especialista, chega o abrandamento e a falta de leads (contactos). E é a partir daqui que vai imperar a palavra relação. Terão de relacionar-se, avisa Massimo. “Muitas pessoas, e desculpem que vos diga isto, viveram nos últimos anos só na transação… e essa forma terá de mudar”, diz.
“Quem vivia do fecho do negócio pura e simplesmente, poderá, e não me levem a mal, perder o comboio”, acrescenta, adiantando que neste momento os agentes terão um papel determinante. São eles que vão ajudar a decidir, que vão ajudar as pessoas a tomar decisões, “não com base em futurologia, mas com base na informação e conhecimento que têm”.
“É muito importante criar rapport, a ligação com o cliente. E não chegam os emails e mensagens, é preciso falar com ele, por telefone. Os clientes vão gostar de ouvir a vossa voz neste momento. Um telefonema nunca foi tão importante como hoje. A relacão faz-se de pessoas”, esclarece ainda.
- 3ª fase: “Reorganizar a carteira”
Massimo Forte começa por dizer que todas as pessoas lhe fazem a mesma pergunta: “Os preços vão descer?”, e que a sua resposta é “Não sei”. O especialista frisa que é perigoso fazer projeções precipitadas e que neste momento, quanto a este tema, “tudo é especulação”.
Poderá vir a ser importante rever o preço, garante, mas não quer dizer que seja rever em baixa. O importante, diz, é reorganizar a carteira, mas não apenas deste ponto de vista de preço. Quem faz zona, quem analisa o mercado e tem informação privilegiada, deve fazer valer-se dela, segundo o especialista. “Claro que quanto mais tempo demorar, maior serão as repercussões. Mas o imobiliário é lento, não vai cair abruptamente”, aclara.
Massimo alerta ainda para o perigo dos especuladores, que quererão comprar a preços mais baixos. “O papel do agente não é esse, não devem entrar no jogo do especulador”, lembra.
- 4ª fase: “Rotinas de comunicação e formação”
Apesar de ser a quarta fase, diz, esta pode começar de imediato. “Como vou trabalhar com a minha equipa é importante falar com os meus colegas”, aconselha, explicando que já vê muitos agentes a combinarem rotinas de reuniões, fazendo-se valer das ferramentas online hoje disponíveis, investindo-se também na formação.
“Frase para o que temos de fazer hoje: comunicar com o cliente”
Massimo Forte insiste na importância de se trabalhar a relação com o cliente. Considera que, e antes de mais, os agentes devem focar-se inicialmente no seu cliente, com o qual têm um contrato, e só depois com a lead. E depois focarem-se na análise, perceber se é ou não o momento certo para o cliente comprar ou vender, se algo mudou, se ainda faz sentido.
Sente que o marketing de conteúdo nunca foi tão importante como agora, e que é preciso estabelecer uma relação de confiança – neste artigo, já partilhou com o idealista/news algumas dicas importantes sobre o marketing imobiliário e como deve ser colocado em prática. O cliente tem de sentir que o “agente tem conhecimento de causa e que lhe envia coisas úteis para ajudar nas decisões”, sublinha.
Igualmente fundamental é afastar a partilha de conteúdo negativo e de “fake news”. “Coloquem coisas [nos vosso canais] que sejam úteis”, adverte, deixando um outro conselho. “É muito fácil deitar a toalha ao chão. Se tiverem essa atitude o mercado vai parar. Não parem. Não podemos parar. Enquanto houver pessoas que precisem de comprar e vender, vocês são úteis. Quem adiar, com estas estabelecemos a relação, as pessoas precisam de vocês”.
“Como está o mercado hoje? Esta é a pergunta que mais vão fazer-vos”, diz ainda. Como dar resposta? Massimo adianta: “Podem e devem dá-la com aquilo que vocês absorvem todos os dias com as análises que fazem. Não se ponham a fazer projeções”.
Artigo publicado no Idealista.
Comentários (4)
Pedro Frias
14 de Abril, 2020
Massimo Forte
02 de Abril, 2020
Paula Leitão
01 de Abril, 2020
Dalmir Costa
28 de Março, 2020