Segundo o Barómetro Mensal do Imovirtual de outubro de 2022, continuamos a assistir a uma evolução de preços médios anunciados face a 2021, mas com tendência de estabilização nos últimos dois meses.

Será que estamos a começar a mudar de ciclo?

Muitas pessoas afirmavam que para começar a existir essa mudança deveria haver um aumento da oferta, ou seja, mais produto, será mesmo só isso?

Relativamente ao preço anunciado de casas para venda, a nível nacional, verifica-se uma subida de 10,2% face a 2021. Os valores anunciados no Imovirtual em 2021 tinham um valor médio de 368.011€, contra o valor de 405.451€ que se verifica atualmente.

Comparando com valores de 2021, os distritos que registaram um maior aumento no preço anunciado foram, novamente, a Região Autónoma da Madeira (+25%, de 378.270€ para 472.753€) e Setúbal (+21%, de 315.596€ para 381.731€).

No entanto, continua-se a assistir estabilização do mercado quando se analisa a variação mensal entre agosto e outubro, mais concretamente, entre setembro e outubro, verifica-se uma estabilização do valor médio anunciado dos imóveis de 0,2%, passando de uma média de 404.773€ para 405.451€.
Relativamente ao preço anunciado de casas para arrendar, a nível nacional verifica-se uma subida de 23,3%. Os valores anunciados no Imovirtual em 2021 tinham um valor médio de 1.020€, contra o valor de 1.258€ que se verifica atualmente.

Este mês outubro o Imovirtual registou uma recuperação do valor anunciado de arrendamento, após a quebra do mês de Setembro verificando-se um crescimento de 5,4% que representa a passagem de um valor médio de 1.194€ em setembro para 1.258€ em outubro.

Tendo em conta que estamos num mercado altamente dependente do financiamento, a simples alteração do preço do dinheiro para decidir um investimento imobiliário, pode fazer com que os preços desçam devido a uma maior lentidão ou retração na decisão de compra, que consequentemente causa uma maior lentidão na concretização das transações e leva a uma desaceleração de mercado.

Ainda será cedo para falar de um mercado do vendedor a reajustar preços para dar passagem para um mercado do comprador, mas o abrandamento pode muito bem ser um ténue sinal que deve ser observado com potencial efeito dominó que pode surgir do interior para o centro do país, e dos subúrbios, para o centro das cidades.

Os dois próximos trimestres irão dar-nos mais certezas quanto à tendência de estabilização verificada nos últimos dois meses, no entanto convém relembrar que, quem faz o preço é quem compra, e não quem vende e por muita pouca oferta que haja, se não houver capacidade financeira por parte da procura, ou o preço desce, ou podemos começar a ficar com produto durante mais tempo “na prateleira”…

Todos os dados do barómetro Imovirtual podem ser consultados aqui