06 de Outubro, 2022

Segundo o Barómetro Mensal do Imovirtual de setembro de 2022, as rendas baixam pela primeira vez desde janeiro, aproximando-se de valores registados no início do ano

Massimo Forte

Segundo o Barómetro Mensal do Imovirtual de setembro de 2022, as rendas baixam pela primeira vez desde janeiro, aproximando-se de valores registados no início do ano

Desde janeiro que não se registava um decréscimo da renda média, que tem vindo a aumentar gradualmente desde o início do ano. De acordo com valores de Asking Price (valores de oferta) obtidos pelo Imovirtual em setembro, o valor da renda média diminui 15,4% em setembro, fixando-se agora em 1.194. Embora seja um indicador ainda muito ténue, pode já indicar um ligeiríssimo arrefecimento em relação às rendas, será necessário esperar alguns meses para se perceber se este decréscimo poderá ser uma tendência tendo em conta a conjuntura atual, sendo os mercados de segmento mais baixos os mais sensíveis.

Como se verifica de seguida o decréscimo é muito específico, e varia de local para local, e que face ao ano passado regista-se ainda uma subida.

Ainda assim, os valores estão mais altos quando comparados com o mesmo período em 2021 em que a renda média se fixava nos 1.006€ (menos 180€).

Apesar do decréscimo deste mês, a tendência de aumento é clara, temos um aumento do valor da renda média face ao ano anterior de 18,7%.

Olhando às diferentes regiões e comparando com o período homólogo de 2021, arrendar casa em Setúbal ficou mais caro, onde o valor aumenta +39,9% (de 772€ para 1.080€). Segue-se Viseu, com um aumento de +37,2%, e Lisboa (+35,1%), onde a renda sobe de 1.272€ para 1.719€ em setembro deste ano.

Segundo Ricardo Feferbaum, diretor geral do Imovirtual “A descida do valor médio de arrendamento é uma adaptação e ajuste do mercado, que permanece dinâmico e com elevada procura, mas que pode estar a sentir mais dificuldades de sucesso com a diminuição do poder económico devido à inflação que também se sente em outras áreas. No entanto, com o aumento das taxas de juro, é expectável que os senhorios acabem por ter de aumentar as rendas, para fazer face às suas prestações mensais aos bancos”.

E as vendas?

De acordo com valores de Asking Price (valores de oferta) obtidos pelo Imovirtual em setembro, o preço médio de venda anunciado manteve-se estável em setembro (+0,21%), face a agosto, passando de 403.935€ para 404.773€. Em comparação com o período homólogo de 2021, que registava um valor médio de venda de 370.372€, há um aumento de +9,3%

Comparativamente com setembro do ano passado, os distritos com maior aumento do preço de venda são a Região Autónoma da Madeira (+24,9%), que passa de 371.970€ para 464.665€, e Setúbal (+23,2%), que passa de 311.127€ para 383.417€. Também há aumentos relevantes em Aveiro (+15,4%) e Faro (+14,9€).

Mais uma vez, e face aos meses anteriores a Madeira e Setúbal constam como os locais de maior aumento, também a zona de Aveiro, cidade sempre muito interessante para viver e com uma dinâmica de mercado residencial elevada, aparece também em destaque nestes mês.

Bragança é o distrito com a maior quebra do preço médio de venda face a setembro de 2021 (-31,4%), quando se fixava em 218.576€.

Guarda (106.921€) e Portalegre (114.850€) foram os distritos mais baratos para comprar casa em setembro. Os mais caros foram Lisboa (642.488€), Faro (567.560€) e Região Autónoma da Madeira (464.665€).

O interior do país continua com um mercado residencial bem oposto ao do litoral e regista os valores mais baixos, faltando aqui polos de atração para investidores e utilizadores poderem encarar o investimento nestas zonas.

Todos os dados do barómetro IMOVIRTUAL podem ser consultados aqui

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