04 de Junho, 2014

Como dar Formação hoje?

Massimo Forte

Como dar formação hoje?

“Compartilhe, espalhe e divida conhecimento. Afinal, conhecimento nunca é demais!”

Albert Eistein

Há 20 anos atrás, quando comecei na mediação imobiliária, a formação era algo muito simples:

  • Duração – 1 dia;
  • Formador – o chefe de vendas;
  • Conteúdos – produto imobiliário, algo sobre crédito e algo sobre documentação;
  • Métodos utilizados – intuição e uma boa sorte de inspiração momentânea baseada em experiência.

Com a evolução do mercado durante os anos 90, foram várias as formações técnicas que tive acesso, embora, todas elas pouco orientadas para a parte comportamental e muito focadas no produto imobiliário, tudo se resumia em análises de mercado e técnicas de marketing para o trabalhar, talvez por isso, e por acreditar que este negócio não se baseia em produto mas sim em pessoas, formar-me e posteriormente formar, tenha sempre sido um desafio meu.

Sou um grande adepto da formação constante, mesmo quando esta no passado ainda não fazia parte do dia-a-dia do nosso trabalho. Há dois momentos que contribuíram em definitivo para a minha mudança de perspectiva enquanto formando e formador: o primeiro, sem dúvida, o curso de Gestão Imobiliária da ESAI que complementou o meu curso de Gestão de Empresas, sobretudo pela parte prática que o curso tinha, em todas as áreas do imobiliário, inclusive, na parte comportamental; o segundo, as duas redes de franchising imobiliário onde trabalhei (RE/MAX e Century21), onde efectivamente tive acesso a conteúdos mais específicos na área da mediação, e onde também convivi com formadores fantásticos que me inspiraram e que me fizeram evoluir bastante para ser o profissional que sou hoje. Nestas duas redes tive igualmente a oportunidade e honra de dar formação a formandos de alto nível e onde aprendi imenso, mesmo estando a ensinar, algo que muitos professores e formadores se “esquecem” de pôr em prática constantemente, perdendo a oportunidade de sentirem o mercado, mas mais importante, o terreno.

Contudo, para aprender enquanto transmite conhecimento, necessita de uma incontestável abertura de espírito e vontade de arriscar. Sim arriscar, dando voz aos seus alunos e formandos, fazendo-os falar e opinar. Acredito que só assim poderá evoluir e fazer crescer o que tem para oferecer. Assim sendo, para que uma aula hoje seja altamente motivadora e eficaz, o formador deve munir-se dos seguintes ingredientes:

  • Diversão, boa disposição e muita paixão (se não tiver, diga que está doente e não vá);
  • Proximidade (seja humano, saia do pedestal, evite barreiras, mas mantenha sempre o respeito, o qual terá de ser mútuo);
  • Conteúdos relevantes e interessantes, nunca demasiado maçudos e teóricos (incite a pesquisa para quem quer saber mais);
  • Apresentações e argumentações esquemáticas e simples (a arte de simplificar o que parece complicado, é um factor crítico de sucesso);
  • Prática (role-plays, exercícios, desde que sejam simples e divertidos, levando os formandos a aprender de forma mais fácil e divertida);
  • Tecnologia (vídeos, powerpoints, webinars, fóruns, redes, blogs, enfim, seja criativo! Mas nunca se esqueça do velho quadro);
  • Partilha (brainstormings, mesas redondas, grandes, médias, ou pequenas, não importa como, o que importa é que façam, se não houver oportunidade de partilha de experiências e pontos de vista, podemos correr o risco de aborrecer e aborrecermo-nos);
  • Convidados (são sempre uma mais valia e nunca uma ameaça);
  • Disrupção (termine a formação incitando por exemplo uma salva de palmas, vai ver que se a aula foi boa, a salva de palmas será espontânea).

O meu último e mais recente upgrade de formação foi o CRS – Certificação Internacional para Mediadores Imobiliários. Aqui aprendi que a liberdade de expressão fora de qualquer marca é possível. Não me considero apenas um professor ou um formador, quero ser um elemento contributivo e inspirador. Quero que as pessoas tirem ideias de mim e aproveitem o que eu transmito. Já não há segredos, há pessoas e há que partilhar.

Artigo publicado em Abril na Newsletter da ESAI

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