09 de Janeiro, 2017

E tudo o tempo levou…

Massimo Forte

Tempo, uma variável incontrolável com a qual todos temos de viver.

No mercado imobiliário a variável tempo é lenta, os seus ciclos variam normalmente entre 10 a 15 anos e são marcados por subidas e descidas de preços devido às oscilações entre a procura e a oferta, contudo, durante estes ciclos o mercado vai-se transformando, cria novas dinâmicas, profissionaliza-se e torna-se cada vez mais rápido, dentro da sua lentidão, o que faz com que o mercado imobiliário seja um mercado em constante evolução.

O desafio do acompanhamento desta evolução está em perceber que já não se fazem as coisas como há 20 anos atrás, pois a tecnologia, e a procura de novas formas de fazer negócio, vieram alterar profundamente o mercado. Hoje muitas pessoas que recorrem à Mediação Imobiliária não esperam um serviço qualquer, nem esperam a ausência deste, exigem e procuram cada vez mais qualidade e exclusividade, mais relação, mais resultado, ou seja, esperam o melhor serviço. Muitas destas pessoas estão dispostas a pagar o preço certo para garantir o serviço que lhes garantirá o melhor resultado no menor espaço de tempo, tempo este cada vez mais valorizado…

O valor do serviço garante um ganho de tempo, tempo este que permite a estas pessoas equilibrar a sua agenda, conferindo-lhes a tão desejada qualidade de vida. Cada um terá a interpretação deste conceito, mas todos o perseguimos.

O serviço foi evoluindo de tal forma que hoje consegue-se garantir um ganho de tempo extraordinário ao nosso cliente, há cada vez mais novos modelos de negócio, onde o serviço em exclusivo como nós o conhecemos, já não é o que era.

Hoje temos um acompanhamento personalizado, home staging, serviço de mudanças, tratamento de abertura de água e luz ou outros contratos, entre muitos outros serviços.

Hoje também já se partilha para lá do negócio, existe a partilha da promoção e os MLS (multiple listing services) já começam a dar os seus primeiros passos sólidos em Portugal.

Um site, email, ou uma montra ou mesmo uma placa de venda, já fazem parte do serviço básico de qualquer Agente Imobiliário, hoje este Agente comunica muito para além do convencional recorrendo às redes sociais, aos blogs especializados e personalizados, às newsletters com conteúdos relevantes (e não com apenas produto), a sistemas de CRM com extranet, e muito mais, sendo que tudo isto está adaptado para mobile, claro. As apresentações de serviço e pessoais são hoje feitas em vídeos exímios, onde os drones dão uma nova dimensão e onde a fotografia é cada vez profissional.

Hoje surgem também novos modelos de negócio muito diferentes do franchising que já todos conhecemos e sabemos como funciona, o que dizer do airbnb, ou mesmo da Uber que se irá expandir para a Haus (um modelo adaptado da Uber para o mercado imobiliário).

Mas e o cliente é o mesmo? Sim, mas este cliente também mudou a forma de ver e pensar. Vai continuar a comprar cada vez mais, até a banca não mudar o seu modelo de negócio, negócio este que está ultrapassado e arcaico (todos estão a falir, e muitos ainda não perceberam que o problema está no modelo de negócio inadaptado à realidade atual). Os clientes estão compradores, mas também vão arrendar e mudar várias vezes, exigindo um serviço que os acompanhe, pois estão cada vez mais informados e cientes do que significa um bom serviço e quanto este vale.

Numa realidade cada vez mais rápida, onde tudo passa pela internet, pelo mobile, tudo se torna cada vez mais direto, mais personalizado, mais instantâneo. Assim sendo, já não exigem informação, exigem sim resultados rápidos e assertividade, mas exigem igualmente trato, carinho, compreensão, exigem pessoas em quem podem confiar, podendo-se resumir tudo isto a uma única exigência: serviço, verdadeiro serviço.

Partilhe a sua opinião