15 de Janeiro, 2020

NÃO HÁ SISTEMAS PERFEITOS!

Massimo Forte

Nos últimos anos tenho falado com muitos profissionais de Mediação Imobiliária que continuam à procura da verdade absoluta, do modelo ou sistema que funcione acima de todos e que lhes dê a solução fantástica para estarem à frente de tudo e de todos.

Depois de quase 30 anos de experiência neste mercado, em que passei por diversas marcas e, portanto, diferentes sistemas e modelos testados e experimentados muitas vezes na primeira pessoa, em mercados nacionais e internacionais diferentes e também em conjunturas diferentes, cheguei à conclusão que na verdade, os modelos e sistemas não têm evoluído de forma drástica. O que há é de facto um conjunto de sistemas válidos e comprovados que funcionam e permitem que determinadas pessoas que se assumem como verdadeiros profissionais atinjam a excelência.

No entanto, e com todo o respeito que tenho pelas marcas, infelizmente vive-se ainda um fenómeno primário, mas acima de tudo humano de um certo clubismo imobiliário. A tentação de comparação crítica sobre a forma de trabalhar das diversas marcas que operam em Portugal é elevada, quando na realidade e principalmente as principais trabalham de forma muito similar mudando apenas nomenclaturas. É verdade que existem diferenças, mas não são assim tantas, as bases são sempre as mesmas: prospeção; qualificação; apresentação de serviços; tratamento de objeções; fecho; acompanhamento e, maioritariamente, trabalham em exclusivo. No modelo de negócio temos: Agentes; Agentes com Equipa; Brokers donos de lojas; Brokers que fazem o seu negócio dentro de outra loja; Team Leaders; Diretores Comerciais e a lista poderia continuar, mas o que queria destacar é que na realidade são papéis que em casos comparáveis diferem apenas no título e não na função.

Também é verdade que existem outras realidades, empresas denominadas de tradicionais que tiveram de criar e desenvolver o seu sistema e forma de trabalhar. Estão no mercado quase desde que há mediação em Portugal, ou seja, há mais de 40 anos e não é que persistem e são consideradas em mercados específicos com uma quota interessante avaliada de forma local? E como funciona o seu negócio? Prospetam, qualificam, apresentam o seu valor, tratam objeções e fecham, possivelmente fazem-no à sua maneira, da forma como aprenderam, trabalhando mais em regime aberto o que não é um problema, pois sempre trabalharam assim.

As mais recentes empresas no setor com um modelo de negócio baseado em tecnologia dizem que vão ou já estão a revolucionar o mercado, será? Espero poder avaliar no futuro!

Na minha opinião todos os sistemas são válidos desde que funcionem e desde que cheguem aos resultados pretendidos com elevados níveis de satisfação para todos os envolvidos. A cultura de cada marca ou empresa tem um peso enorme no sucesso de cada projeto pois acima de tudo, são as pessoas que fazem a empresa e para quê ter um sistema excelente, quando não há emoção.

A identificação e aptidão para colocar em prática a missão, visão, valores e convicções é o que vai fazer a diferença neste negócio de pessoas para pessoas partindo do princípio que todos os sistemas são bons, cada profissional tem a oportunidade de desenhar o seu caminho.

Não critique, observe, seja curioso, considere e valorize quem consegue bons resultados independentemente do sistema que usa.

Artigo publicado na revista DOit!

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