Resistir à cópia

O processo de modelagem é contínuo desde que nascemos.
Somos modelos positivos ou negativos para muitas pessoas que passam por nós e continuaremos a ser durante toda a nossa vida, tal como no passado e mesmo aos dias de hoje, também nos modelamos a outros.
A modelagem de que vos falo chama-se modelagem não intencional, acontece de forma intrínseca e, na maior parte das vezes, nem damos por isso.
É claro que quando é percebida, pode até tornar-se num objetivo para começarmos intencionalmente a modelar alguém pela admiração e reconhecimento que temos por essa pessoa, queremos ser essa pessoa e quando isso acontece, se soubermos como, podemos estruturar a modelagem e começar a fazê-la seguindo um método.
Baseando-me no que aprendi no meu curso credenciado de PNL e no que treinei em situações reiais, vou de forma simplificada explicar os passos que podem dar para modelarem um comportamento, neste caso o comportamento de um Agente Imobiliário.
Passo 1. Escolha uma capacidade ou competência que pretende dominar e procure pessoas ou a pessoa que domine essa habilidade. Desenvolver a capacidade observação é crucial, a escolha de quem vai observar e do que vai observar em particular pode ser feita pelo próprio Agente Imobiliário em relação a outro Agente, ou pelo Broker (Diretor, Team Leader, Gestor de Pessoas) que identifique a necessidade de um Agente e a habilidade de outro para com isso perceber como pode transmitir esse conhecimento a quem necessita de o desenvolver. Se houver admiração de quem vai modelar, tudo se torna mais simples!
Passo 2. Observe a pessoa, ponha-se no lugar dela e faça como ela. É frequente observarmos Agentes Imobiliários Rookies a seguir e passar tempo com outro Agente que pretendem modelar seja pelos seus resultados, atitude ou capacidades. Só na observação metódica e no convívio diário de um com o outro se poderá dar início à modelagem, claro que se acrescentar indicações precisas em como fazer como ele, tudo vai acontecer com maior fluidez.
Passo 3. Contraste com a sua maneira de fazer. Se for um Rookie, o contraste será ligeiro ou mesmo inexistente; se for alguém com experiência, poderá verificar as diferenças, experimente e confie no processo.
Passo 4. Observe, entreviste, entenda toda a informação. Além da observação, saber como e quando fazer as perguntas certas, é fundamental para se conseguir entender como e porque o outro faz o que faz.
Passo 5. Compare e verifique os padrões da pessoa a modelar com outras pessoas e filtre tudo até o essencial para perceber bem o que faz sentido para si.
Passo 6. Desenvolva os passos para conseguir modelar, crie o processo para si, não esquecendo a forma como quem observou o faz, ou seja, não esquecendo de usar também os sentidos que ele usa para efetivar determinadas tarefas com sucesso percebendo se faz sentido para si.
Passo 7. Instale e experimente os padrões que acabou de descobrir em si. Através dessas experimentações, verifique se conseguiu adquirir a competência pretendida e se a mesma funciona consigo.
Passo 8. Sempre que possível ensine essas competências testadas a outras pessoas, neste caso, a outros Agentes Imobiliários que queiram também modelar. Na mediação imobiliária, a modelagem intencional acontece quando por exemplo, um responsável de uma agência decide modelar o seu melhor profissional, ou quando um Agente mais experiente, ajuda a sua equipa a agir como ele com o objetivo de incentivar a replicar potencial de sucesso.
Na minha opinião, a modelagem é um processo que exige humildade e altruísmo e que pode ser muito interessante para criar empatia, conexão e equipa quando bem feito.
Não podemos esquecer que um processo de modelagem demora tempo, exige dedicação, metodologia e paciência, é um processo que pode demorar dois ou até três anos!
Existe ainda outra questão fundamental que distingue a modelagem da cópia:
– Quando decidir modelar alguém, deve comunicar à pessoa que a pretende modelar procurando obter a sua autorização. Caso não obtenha o seu consentimento, não deve modular, porque mesmo que o faça, terá sempre muita dificuldade em modelar genuinamente.
No Master em PNL que frequentei, tive o privilégio de participar num processo de modelagem como modelo e como modelador.
A experiência como modelo foi muito interessante, pois o grupo que me modelou chegou a uma conclusão estratégica de como eu aplico uma determinada competência.
Concluindo.
Para modelar bem e de forma ética, é acima de tudo e fundamental, saber resistir à cópia para encurtar caminho.
Artigo de Massimo Forte