TIPOS DE ESPECIALIZAÇÃO NA MEDIAÇÃO IMOBILIÁRIA
No meu artigo anterior, falava sobre a tendência atual da especialização na mediação imobiliária. Hoje vamos ver como nos podemos, então, especializar.
Na Mediação Imobiliária temos então as seguintes especializações:
Por zona – área geográfica de mercado onde se atua. De acordo com as especificidades de cada mercado, esta não deverá ser extensa, pois quanto maior for, maior será a probabilidade de deixar de ser especialista pois o seu grau de penetração reduz e reduz igualmente o seu foco. Sendo o Mercado Imobiliário local e fixo, é natural que se deva limitar a zona, não passando por exemplo de zonas com mais de 1000 fogos, claro que mais uma vez, terá de pré-avaliar se existe mercado, ou seja, se neste mercado há transações suficientes em volume e valor para garantir o seu rendimento e a sua utilidade como especialista. Assim sendo, não se poderá ser especialista em Mediação Imobiliária em Portugal, ou mesmo em Lisboa, logo, para colmatar as solicitações fora do seu âmbito de atuação, existe a possibilidade de recorrer à ajuda de outros especialistas nas zonas específicas das solicitações que recebe, não comprometendo a sua faturação, o seu ganho, e a isto chama-se partilhar.
Por segmentos de mercado – alto, médio/alto, médio e mesmo baixo, todos fazem sentido, mas é natural que quando se especializa numa zona surja a questão da segmentação por tipo de cliente, contudo, poderá acontecer que em determinadas zonas a predominância do segmento não será tão bem definida, tendo a necessidade de segmentar de forma diferente, como por exemplo: alta (A/B) ou mais baixa (C/D) ou até mesmo intermédia (B/C).
Por produto – uma especialização muito atual e muito falada nos dias de hoje. Vejamos, existe um nicho de mercado bem presente no Mercado Imobiliário Português, os denominados imóveis não residenciais, não estou a falar de grandes prédios, de escritórios, de grandes lojas, ou mesmo de centros comerciais, estou sim a referir-me a pequenas lojas, escritórios soltos em frações autónomas, ou mesmo até pequenos armazéns. Este produto surge devido aos últimos anos de reajustamento do mercado, onde estamos ainda a assistir a um aumento considerável de imóveis deste género que ficam todos os dias disponíveis para vender ou arrendar, devo dizer, que considero esta especialização uma grande oportunidade pois neste momento não há especialistas em Portugal.
Por serviço – podemos encontrar especialistas em transações imobiliárias de compra e venda, ou mesmo de arrendamento e até de traspasses. É claro que também esta especialização, tal como as outras, estará sempre interligada e dependente do mercado e da dinâmica deste.
Por cliente – possivelmente a última fronteira para a Mediação Imobiliária devido à globalização de mercados que, consequentemente e constantemente faz com que pessoas se desloquem, e também devido à evolução de mercados mais maduros (mas não só, veja-se o caso espanhol), mas principalmente, devido à situação de conflito de interesses entre partes que leva a que surja especialização por cliente comprador e cliente vendedor.
O retorno à especialização para garantir evolução faz com que a Mediação Tradicional tal como a conhecemos, tenha tendência a desaparecer, pois o seu serviço é generalista e não especializado. Hoje fala-se cada vez mais na representação de uma das duas partes, e não das duas em simultâneo (Mediação Imobiliária), vejamos, eu poderei optar por ser especialista em clientes vendedores (sendo o nome técnico desta atividade a de angariação), ou especialista em clientes compradores (sendo na gíria definido como venda). Mais uma vez, este tipo de evolução leva não só à excelência do serviço por aplicação de serviço de exclusividade, mas sobretudo, pela partilha de clientes (negócios) entre profissionais.
Na minha opinião, são estas as 5 maiores especializações que encontramos hoje na Mediação Imobiliária, sendo que no futuro vamos com certeza encontrar outras. O retorno à especialização é nesta fase inevitável por isso, encontre a sua atividade e especialize-se!
Artigo publicado no blog out-of-the-box.pt